Os defensores fazem sua parte, mas a obrigação é de toda a sociedade.

A dificuldade na causa animal existe no mundo inteiro e ainda há pouco engajamento, como comenta Leidiane Candido, defensora independente. Além disso, ela revela sofrer muito preconceito, porque sempre há comparação com causas humanas. “Muitos entendem que é uma inversão de valores defender animais.”
Leidiane ressalta que sempre existe uma forma de ajudar, basta ter vontade. “Nós nos intitulamos defensores dos animais, mas somos voluntários, não recebemos verba, não temos abrigo e não temos obrigação legal de resolver a questão de abandono, de maus-tratos ou de fiscalizar. É importante que a sociedade entenda que cada um pode fazer a sua parte.”
Ela acrescenta que é possível se importar, seja adotando um animal de rua, sendo um lar temporário, doando ração, ajudando com despesas veterinárias, doando para bazares beneficentes da causa, alimentando um animal de rua e castrando seu animal.
Leidiane tem 39 anos e há 16 atua pelo bem dos bichinhos, pois viu na causa animal uma grande paixão. Ela abriga 30 animais, a maioria idosos e doentes em tratamento, e presta auxílio para mais de 100, que estão em lares temporários ou são de famílias carentes. Para arrecadar verba, ela criou o Bazar da Pretinha, em homenagem a uma filhote que estava abandonada e foi resgatada. O Bazar da Pretinha fica na Rua Prudente Albuquerque, 274, Bairro Cristo Rei (mesma rua da creche), com atendimento das 15h às 18h, de quarta a sexta-feira, e aos sábados, das 10h às 16h.
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No bazar, esporadicamente, Leidiane conta com a ajuda de algumas amigas para divulgação nas redes sociais, mas o trabalho com organização, limpeza e atendimento não tem nenhuma equipe. Para administrar seus gastos, há uma parceria com a Clivet, assim como com outras clínicas, aonde são direcionados alguns pacientes, “buscando sempre o melhor atendimento e a melhor qualidade de vida para os nossos amigos de quatro patas”.
Ela observa que são poucas as pessoas que se envolvem. “O Bazar da Pretinha surgiu com a necessidade que eu tinha de manter meu próprio lar temporário. Não consigo pagar tudo o que eu devo, mas ainda é a melhor forma de pagar os atendimentos. O desapego pode salvar muitas vidas. É preciso mais engajamento, mais atitude. Insisto na frase ‘dó não salva nenhuma vida, mas atitude sim’. Eu sou muito grata às pessoas que me ajudam, mas é preciso fortalecer essa corrente do bem. Se você não gosta de animais, ao menos tenha respeito.”
Contribuições
Leidiane conta com cerca de R$ 30 mil de despesas de atendimentos e em média R$ 3 mil de gastos mensais da manutenção dos lares temporários, com ração, medicamentos, tapetes higiênicos e produtos de limpeza. De momento, ela está impossibilitada de continuar a encaminhar animais pra atendimento, porque precisa quitar a dívida pra continuar a desenvolver seu trabalho voluntário e por isso pede ajuda de quem se importa com a vida dos animais. Para contribuir, basta fazer doações para o Bazar da Pretinha, seja artigos de decoração, livros, móveis, utensílios domésticos e roupas, que é o forte do bazar. “Acredito que as pessoas sempre têm alguma coisa em casa que não usam mais, isso faz diferença.”
Ou então Pix: telefone (46) 99918 7501.
