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Francisco Beltrão
segunda-feira, 02 de junho de 2025

Edição 8.216

31/05/2025

Sessenta e cinco anos dirigindo, nunca levou uma multa e nem bateu o veículo

Geral

Guilherme com a esposa, Tercila. Eles estão casados há 58 anos.

Guilherme Gasparin está com 78 anos, é natural de Vila Maria (RS). Chegou em Francisco Beltrão, na comunidade do Km 23, em 1953.

Quando completou 13 anos, começou ajudar o seu pai a fazer negócios e a dirigir. Primeiro foi um Jeep e logo pegou um caminhão, um Ford F-600. Com esse caminhão, ele transportava lenha, fazia mudanças e carregava milho e feijão. Para a Cibrazem, no Bairro da Cango, todos os anos, fazia dezenas de viagens levando feijão e milho.

Lembra que foi na época do Nelson Meurer, já falecido, várias vezes deputado. “O Nelson era muito meu amigo”, recorda Guilherme.

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No dia 19 de janeiro de 1962, Guilherme se casou com Tercila Fabris. Tiveram dois filhos: Altair e Terezinha.

Hoje, têm cinco netos e cinco bisnetos. A primeira habilitação que Guilherme fez foi em 1974, quando tinha 32 anos de idade. Ele queria fazer uma carteira para dirigir ônibus mas, em Beltrão, nessa época, ainda ninguém fazia.Então foi fazer em Joaçaba (SC), a mais de 300 quilômetros do km 23.

Foram três dias fazendo aulas numa camionete F-350, velha. Além do teste de visão, do exame psicotécnico e de baliza, o aluno tinha que entender de mecânica e os instrutores eram bem rígidos.

Mas isso, pra ele, era moleza, já tinha prática. Com 60 dias, já estava com a carteira na mão. Ele lembra que teve de fazer quatro viagens até Joaçaba pra pegar a carteira. Na primeira viagem teve de mudar o seu título de eleitor pra SC.

A segunda viagem foi pra fazer os três dias de aula, e a terceira foi pra buscar a carteira. Mas teve a quarta viagem pra votar pra prefeito e vereador da cidade.

A primeira coisa que fez depois de habilitado foi comprar uma Kombi, com capacidade para nove passageiros. Então, começou a transportar, todos os dias, pessoas pra cidade, entre ida e volta eram 70 km por dia.

Três anos depois comprou um ônibus, com capacidade pra 45 passageiros e começou a transportar alunos, para a Prefeitura. Ele passava por cinco colégios deixando a piazada. Na época, era tudo estrada de chão.

Quando chovia, tinha que acorrentar o ônibus, que geralmente atolava. Quando não tinha trator para rebocar o ônibus, ele levava uma corda grossa e comprida e os alunos desciam e ajudavam a puxar.

Foram 46 anos transportando pessoas, todos os dias. E em todos esses anos Guilherme nunca levou uma multa, só mostrou a carteira quatro vezes pra polícia mas, como sempre anda certo, nunca teve problemas. Também nunca sofreu um acidente, e jamais colocou em risco a vida das pessoas.

Mas ele seguia corretamente as leis de trânsito, seu ônibus era sempre revisado e com pneus novos. Guilherme foi um motorista que todos gostavam, pela sua calma e simpatia.

Sempre cumpria os horários, era muito difícil se atrasar. Faz seis anos que ele parou de fazer o transporte. Agora, quem faz esse trajeto é seu sobrinho Vani Gregório, que também está fazendo um excelente trabalho.

Seu filho Altair também seguiu a profissão e o exemplo do pai. Há 26 anos ele também transporta alunos pra Prefeitura, na comunidade de Nova Concórdia, em Beltrão. Até hoje, também nunca levou uma multa e nem se envolveu em acidente.

Hoje, Guilherme mora na comunidade do Km 20, com sua esposa, e faz trabalhos de solda e consertos em geral. Ele ainda dirige, mas só seu Uno, ano 1996, que ele comprou zero km e está com apenas 51 mil km rodados. Ele usa o carro pra ir pra cidade e passear com a Tercila.

A sua carteira venceu em julho deste ano e ele não renovou ainda porque o Detran determinou que, devido à pandemia, a carteira vencida tem mais um ano de validade. Mas Guilherme só está aguardando chegar a data certa e vai renovar. Pois está muito bem de saúde e sua visão é perfeita.

 

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