Em Francisco Beltrão, a organização entre empresários e a parceria com universidades e governo municipal estimulam o crescimento das empresas locais

como mídias sociais, programação e design.
A Tecnologia da Informação (TI) é utilizada em todos os setores produtivos da sociedade. Também conhecida como “área transversal”, seus produtos e serviços são usados em diferentes áreas de uma empresa a fim de informatizar e otimizar a produção. Isso acontece de indústrias até órgãos públicos. O setor ainda demanda diferentes tipos de profissionais, entre aqueles ligados à tecnologia, matemática ou jurídica. Como exemplo do que representa para a economia, a Federação das Associações das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação (Assespro) mapeou o setor de tecnologia na América Latina em 2014 e as empresas de TI foram as que mais contrataram nos últimos 12 meses (pesquisa divulgada pela computerword.com.br).
De acordo com o censo da Assespro, em torno de 90% das empresas brasileiras contrataram novos colaboradores no ano passado – a média chegou a 33 pessoas por companhia. O estudo também mostra que a maior parte das empresas de tecnologia nacionais já é madura e tem mais de 15 anos de existência.

afirma que mão de obra sempre está em falta
Em Francisco Beltrão, o cenário é difícil de traçar, pois poucos dados são registrados. Porém, a consolidação do setor aconteceu como no resto do país e tem vislumbrado seu crescimento nas últimas duas décadas.
Alguns fatores foram predominantes para o desenvolvimento local. Um deles é a cultura associativista dos empresários, que se unem para buscar formas criativas e sustentáveis de crescer. Outro fator foi o crescimento de cursos voltados para TI nas instituições de ensino do Sudoeste. E, ainda, a parceria com governos municipais.Sérgio Luiz Carvalho, empresário do setor e presidente do Núcleo Beltronense das Empresas de Tecnologia da Informação (Nubetec), afirma que mão de obra sempre está em falta. “Há alguns motivos para isso, um deles é as pessoas não quererem trabalhar na área e outro é porque, às vezes, ela não tem todo o conhecimento necessário para atuar no ramo. Porém, todas as empresas têm vagas e a parceria com as universidades tem contribuído para encontrar colaboradores”, comenta Sérgio.
Outro motivo da escassez de mão de obra é a falta de perspectiva do jovem sobre no que irá atuar. “Há vários setores de Tecnologia da Informação dentro de uma empresa. Nós contratamos programadores, designers, pessoas para trabalhar com redes sociais. E empresas que não são de TI sempre precisam de pessoas para acompanhar os softwares de gestão ou para a manutenção de computadores”, enumera Sérgio.
A Consisanet é empresa pioneira no setor de Tecnologia da Informação e atualmente conta com a maior parte do seu quadro de funcionários formados em instituições do Sudoeste. Entretanto, isso não foi sempre assim. Segundo o diretor e proprietário da empresa, Mauro Rizzatti, primeiro a mão de obra vinha de fora, na sequência muitos funcionários eram de Pato Branco, no entanto, agora, com as universidades, Beltrão já oferece colaboradores para as empresas.
“Nós conseguimos atingir o mercado nacional ainda em 1996 e as empresas mais consolidadas do setor foram formadas nos últimos 15 anos. Com as novas ferramentas de TI, também proporcionou para aparecer novos empresários. Porém, conseguir profissionais com vocação está bastante escasso, mesmo com demanda de mão de obra com um pouco de experiência, não está fácil de encontrar e em Beltrão há uma concorrência entre as empresas pelos profissionais”, avalia Mauro.
O diretor da Consisanet analisa que o jovem ingressa no mercado de trabalho e não tem uma ideia bem clara de onde quer atuar. “Ou ele não sabe bem o que é Tecnologia da Informação ou não sabe o que quer fazer, porque não é só ser programador, há vários setores que compõem uma empresa de TI, nosso quadro de funcionários, por exemplo, é da área de contábeis”, pontua Mauro.
De estagiário pra
colaborador
Como o setor precisa sempre de profissionais qualificados, Sérgio Luiz Carvalho diz que a parceria com as universidades e cursos de qualificação são fontes de estagiários. “O estagiário que tenha um pouco de vontade com certeza é contratado. Como não temos mão de obra pronta, essa é uma forma de conseguirmos um colaborador”, ressalta o presidente do Nubetec.
A Unipar e a Unisep são grandes parceiras do empresário local, pois mantêm os cursos de Sistemas de Informação. Esta é uma das graduações que mais fornecem colaboradores para as empresas de TI.