“O que nos gratifica é a possibilidade de fornecer alimentos saudáveis”, diz Sérgio João Kaupka.

Uma família voltada para a produção agrícola. Sérgio João Kaupka é agricultor, sua companheira Janete Rosane Fabro, engenheira agrônoma, e o filho José Luan Fabro Kaupka faz o curso técnico em Agroecologia no Instituto Federal do Paraná (IFP), em Capanema. Eles têm o Sítio Oásis Ecológico, na Secção São Miguel, e se dedicam à produção agroecológica.
Sergio nasceu no interior de Capanema, na comunidade de Linha São Pedro, na costa do Rio Iguaçu. É filho de agricultor, nasceu no campo, e tem dez irmãos. Ele sempre trabalhou na agricultura; veio para Beltrão em 1986.
Mudou-se para Seção São Miguel em 1999, com a esposa, e juntos fizeram a conversão da produção convencional para o sistema agroecológico de produção de frutas e hortaliças. “Hoje, nosso sítio é praticamente voltado para produção de hortaliças, no sistema agroecológico, e também milho e feijão para consumo e para vender na feira e na alimentação escolar.”
A família é feirante, participando duas vezes por semana na Feira do Produtor, no Centro de Beltrão, e também entregam para a merenda.
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“As principais dificuldades que encontramos na nossa unidade de produção é a questão do uso de agrotóxicos na nossa comunidade e de modo geral no Brasil todo, pois contamina o ar e principalmente a água, que é usada para irrigação e também pela contaminação dos transgênicos, como o milho, que tem a polinização aberta e o pólen vai longe, geralmente. Então temos muitas dificuldades para conseguir produzir alimentos limpos. Temos que cuidar pra evitar a floração conjunta ou na mesma época que os vizinhos e assim evitar a contaminação”, diz Sérgio.
Outra questão é quanto à logística da produção agroecológica de incentivos, pois hoje a política de produção é voltada à produção convencional e não se tem prioridade para produção orgânica. Sérgio cita ainda a sucessão como um desafio do pequeno agricultor e da agricultura familiar, pois os jovem não estão permanecendo no campo.
“O que nos gratifica é a possibilidade de fornecer alimentos saudáveis, sem o uso de agrotóxicos, sem contaminação do solo ou das nascentes de água que surgem de nossa unidade de produção. Numa unidade de produção agroecológica a gente foge da monocultura e consegue ter uma diversidade grande de alimentos e isso nos deixa bastante feliz. Não somos produtores rurais, somos agricultores familiares, pois quem produz é a terra e a gente é o cultivador.”