De 2019 para 2020, por exemplo, houve queda de 46,8% na abertura de empresas na região Sudoeste.
O Brasil ultrapassou os 20 milhões de empresas em atividade, marca impulsionada pelo desempenho na abertura de novos negócios em 2020, o melhor em pelo menos uma década. O tempo médio para abrir novas empresas é outro aspecto positivo para o empreendedor: foi reduzido à metade nos dois últimos anos. Enquanto em janeiro de 2019 era de cinco dias e nove horas, agora é de dois dias e 13 horas.
A região Sudoeste do Paraná também teve bom desempenho na abertura de novos negócios. Foram constituídas 1.904 novas empresas e filiais, no ano passado, enquanto foram extintas 1.285, perfazendo um saldo de 619 novos empreendimentos na região. Os dados foram pesquisados pela reportagem do JdeB, na Junta Comercial do Paraná.
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Apesar da pandemia de Covid-19, que provocou retração econômica no País e obrigou muitas empresas a encerrarem suas atividades, em 2020 foram abertas 3.359.750 empresas, um recorde. É um aumento de 6% na abertura de negócios em relação ao ano anterior.
No mesmo período, ocorreu o fechamento de 1.044.696 empresas, o que representa queda de 11,3% na comparação com 2019. O saldo positivo é de 2.315.054 empresas abertas. Os dados fazem parte do boletim anual do Mapa de Empresas, divulgados pela Secretaria Especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital, do Ministério da Economia.
O contabilista e professor universitário André Comunelo salienta que a pandemia impactou sim, na abertura de empresas, principalmente na região. De 2019 para 2020, por exemplo, houve uma queda de 46,8% na abertura de empresas na região Sudoeste.
André ressalta dois pontos importantes para serem analisados: “nos primeiros meses da pandemia os projetos de novas empresas foram suspensos, principalmente em março, abril e maio, mas depois notamos uma leve recuperação, tudo isso devido à incerteza de como a economia reagiria na pandemia; e muitos empresários migraram para o MEI (Microempreendedor Individual), devido à facilidade e ao custo”.
O mesmo cenário se repetiu com a extinção de empresas. Houve uma queda de 45,8% de um ano para outro na região. Na opinião de Comunelo, o custo para encerrar a empresa como o pagamento das dívidas e as custas com o processo de baixa (R$ 400) foram determinantes para a redução, “pois devido à redução da renda em alguns casos fez com as baixas não fossem priorizadas”. Segundo ele, ainda em 2020, a Junta Comercial iniciou um processo digital, sendo necessário o certificado digital dos sócios para baixar a empresa, fazendo com que todos os sócios tenham certificado, trazendo um novo custo para o processo.