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sábado, 31 de maio de 2025

Edição 8.216

31/05/2025

Sudoeste teve mais de 5 mil empresas abertas em 2014

Nos últimos oito dias, Nilson e Joice Corbari venderam mais de 80 pizzas, muito acima da expectativa do casal para a primeira semana de atividades da pizzaria Pizza em Casa. Localizada no bairro Nossa Senhora Aparecida, em Francisco Beltrão, a jovem empresa abriu as portas no dia 8 deste mês, completando neste domingo seu 10º dia de atividade. Joice comanda os trabalhos na cozinha e o marido cuida do administrativo, vendas e atendimento. Os filhos Wilian e Welinton dão uma mãozinha nas entregas, e a pizzaria ainda conta com mais três colaboradores.

 

A família Corbari, da Pizza em Casa, iniciou 2015 com 
o desafio de comandar a própria empresa.

 

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Assim como os proprietários da Pizza em Casa, outros 5 mil empresários da região arriscaram ter seus próprios negócios nos últimos 12 meses. Conforme dados do Sebrae, aproximadamente 99% das novas empresas são pequenas e microempresas ou Microempreendedor Individual (MEI). Só em Francisco Beltrão, das 8.940 empresas em atividade (segundo dados do Empresômetro), 1.730 são microempreendedores individuais ativos – cerca de 39% do total de empresas – e, deste total, 425 novos MEIs foram formalizados no ano passado.

 

Uma boa análise do mercado e surge a Dapper

Sônia Dapper está na estatística de novos microempreendedores individuais. Com apenas 31 anos de

Há um ano, Sônia Dapper deu início ao sonho
do negócio próprio no setor de confecções.

idade, ela se orgulha em ostentar o título de empresária e tem muitas expectativas com relação à sua empresa, a Dapper Moda Íntima. “Sempre tive vontade de abrir meu próprio negócio, e depois que conheci o MEI e vi a facilidade de ter uma empresa legalizada sem burocracia, resolvi encarar o desafio, montei minha empresa e agora estou correndo atrás”, revela.
O negócio é modesto – funciona em uma das salas da casa, no bairro Guanabara, em Beltrão – e teve início em 2014. Após participar de alguns cursos e procurar a orientação do Sebrae e da Sala do Empreendedor, ela estava pronta para começar. Com R$ 13 mil, vindos do acerto com a última empresa em que trabalhou, Sônia  adquiriu máquinas, equipamentos e matéria-prima e começou a produzir roupas íntimas femininas. “Trabalho com costura desde os 16 anos. Tinha muito contato com várias mulheres e percebi que nas empresas, em qualquer lugar, têm muita venda de produtos diversos, e observei que lingerie era uma coisa que sempre vendia, todas precisavam.

Antes de sair do meu antigo trabalho, ainda em Santa Catarina, procurei cursos e planejei tudo, pra que quando saísse já estivesse bem definido”, conta a empreendedora.Com pouco mais de um ano de trabalho, a Dapper Moda Íntima já possui uma colaboradora no setor de produção. Sônia faz o corte, modelagem, vendas e o administrativo, e conta com a parceria de dez vendedoras autônomas e ainda três lojas parceiras – em Francisco Beltrão, Vitorino e Clevelândia. E, claro, muitos contatos pelas redes sociais. “Já atingi mais do que minha expectativa. O negócio andou muito rápido, acima do que eu esperava. Já teria potencial para ampliar, mas quero sentir melhor o mercado, conhecer mais, aumentar meu capital de giro e não quero depender de financiamento. O Sebrae tem me orientado muito bem, assim como o Centro Empresarial, e tenho ótimas expectativas com meu negócio”, declara Sônia.

 

Sudoeste vai bem, obrigado!

Mesmo com todas as dificuldades, volume de vendas reduzido em diversos setores e previsões pessimistas, a quantidade de novas empresas abertas em 2014 surpreendeu. De acordo com o Empresômetro, ferramenta do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) que resume estatísticas sobre as empresas do país, o Brasil iniciou o ano com mais de 17,4 milhões de empresas ativas. 

Claudinéia Cabral, consultora do Sebrae, acredita que 2015 será um ano de oportunidades.

No país, São Paulo lidera o ranking dos Estados, com 4,7 milhões de empresas ativas em 2014 – 27,43% das empresas em atividade. Minas Gerais vem em segundo, com 1,7 milhão e 10,27% do total. O Paraná é o 5º Estado com o maior número de empresas ativas: 1,18 milhões, ou 6,84% do total nacional. De 2013 para 2014, o Paraná teve uma variação positiva de 10,36%.

Já no Sudoeste, até o final de 2014, somando as 20 maiores cidades da região, eram 50.321 empresas em atividade, mais de 5 mil novos negócios se comparado com o ano anterior, que fechou com índice de 45.271 empresas. As 20 cidades juntas representam 4,25% do total de empresas ativas no Paraná.  

A maior variação positiva foi em Nova Prata do Iguaçu: 13,93%, se comparado o resultado de 2013 para 2014, passando de 847 para 965 empresas. Em seguida vem Realeza, com 13,83%, passando de 1.562 para 1.778; Dois Vizinhos, com 12,84%, passando de 3.652 para 4.121; Chopinzinho, com 12,61%, de 1.578 para 1.777; e São João, fechando o grupo dos cinco, com 12,13%, de 915 para 1.026.

O município do Sudoeste com o maior número de negócios em atividade continua sendo Pato Branco, com 9.829 empresas ativas, registrando variação de 11,44% com relação a 2013, quanto tinha 8.820. Em seguida vem Francisco Beltrão, com 8.941 ativas e variação de 11,32%. Por fim, Dois Vizinhos, com 4.121 e variação de 12,84%.

 

2014 foi bom, mas 2015 pode ser melhor

Na avaliação da consultora Claudinéia Cabral, do Sebrae de Francisco Beltrão, 2014 foi muito positivo para a região. “Fechamos o ano com 1.730 MEIs ativos em Beltrão. E, deste total, 390 foram abertos na Sala do Empreendedor, que funciona através da parceria do Sebrae com a Prefeitura. Além disso, tivemos saldo bem positivo, com 196 empresas que eram MEI e conseguiram migrar, passaram a ser micro ou pequena empresa, isso é um ganho muito grande para o município”, comemora.

Claudinéia aponta outro dado bastante animador: “A taxa média de sobrevivência das empresas no país é de 75%, mas aqui em Beltrão a taxa é de 81%. Estamos entre as cidades do Paraná com uma taxa bem acima da média nacional e estadual. Para se ter uma ideia, há 10 anos tínhamos 50% de sobrevivência das empresas. As pessoas abriam por necessidade, não por oportunidade. Hoje existem muitas ferramentas e orientação, e os empreendedores iniciam negócios por oportunidade”.

A consultora diz que a região é “um ambiente propício para abertura de novas empresas”, e atribui isso principalmente à presença das universidades e constantes investimentos públicos e privados. “Vieram as universidades, bons investimentos e as pessoas estão buscando oportunidades na região. Estamos buscando facilitar a abertura de empresas no município. Quanto mais empresas derem certo e crescerem, mais gera emprego, gera renda e todos saem ganhando.”

Apesar das estimativas baixas de crescimento para 2015, Claudinéia acredita que o ano é favorável para o surgimento de novas ideias de negócio. “As pessoas buscam oportunidade de abrir uma empresa, buscam alternativas. E o povo brasileiro é muito criativo, vão encontrar ideias. O Sebrae fez uma pesquisa e destacou algumas áreas que serão tendência em 2015. Entre elas estão empresas do ramo de alimentação saudável, especializadas em delivery, beleza, fitness, serviços para idosos, produtos naturais e clínicas odontológicas”, relata a consultora.
Seguindo a tendência

O casal Joice e Nilson, da Pizza em Casa, citado no início da matéria, observou os dados do Sebrae e seguiu as orientações. Tanto que a decisão pela pizzaria delivery resultou do espaço percebido pelos proprietários. “Nossa família é grande e sempre se reunia em casa e pedia pizza. Até que um dia decidimos fazer as pizzas em casa mesmo. No início comprávamos a massa pronta, daí um momento que decidimos fazer a massa. Fizemos isso porque muitas vezes as pizzarias demoravam mais de uma hora para entregar, mandavam sabores errados, enfim, percebemos que conseguiríamos fazer bem-feito e evitar estes problemas”, conta Nilson. 

Questionados sobre a possibilidade de uma crise econômica em 2015, eles revelam o mesmo otimismo que os motivou a abrir o negócio. “Todo mundo consome pizza. A crise não assusta, porque o brasileiro sempre dá um jeitinho de comer e beber. E acredito que nossa região vai encarar tranquilamente”, aposta o casal.

 

 

 

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