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Francisco Beltrão
sábado, 31 de maio de 2025

Edição 8.216

31/05/2025

Técnico agrícola ensina como obter três colheitas de uva por ano

Geral

Lussídio em seu parreiral, sistema espalhadeira, que produziu uva Moscato três vezes, de dezembro a maio.

Foi muito lida, no impresso e on-line, a notícia de que o técnico agrícola Lussídio Zanella colheu uva três vezes na mesma safra (Jornal de Beltrão, 29-5-2021). Duas colheitas é comum no Norte do Estado e no Sudoeste do Paraná, muitos já colheram e colhem, mas três vezes é fato inédito ou, ao menos, bem raro.

Lussídio conta que duas vezes ele já tinha colhido, mas três colheitas foi a primeira vez. Como conseguiu? “Foi por acaso. Quando os cachos estavam bem formados, com os ramos muito vigorosos, fiz uma poda, para não expandir tanto. Onde fiz a poda, a parreira emitiu novos brotos, que produziram. Dali dois meses, podei outra vez e também saíram brotos bem vigorosos, e produziram.”

A primeira colheita ocorreu em dezembro de 2020, a segunda em março e a terceira em maio de 2021. Ele tem duas variedades de mudas, a RS Vitória, que produziu duas vezes, e a Moscato de Hamburgo, que produziu três vezes.

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Como cuidar das parreiras? “Primeiro adubar bem o solo, segundo, não pode faltar água, e, em terceiro lugar, a poda”, ensina.

Que tipo de adubação ele usa? De químico, vai o NPK, conforme a análise do solo, e, de orgânico, tudo que é tipo de adubo: esterco, palha, sabugo. A irrigação não pode faltar, principalmente num ano de pouca chuva, como foi a safra 2020/2021.

Outros cuidados importantes: para proteger as uvas dos passarinhos, Lussídio cobre as parreiras com telas. E não usa nenhum tipo de herbicida, não ara nem capina o chão, somente roça os inços.

Gosto por frutíferas vem da infância
Lussídio Zanella atua no Sudoeste do Paraná como técnico agrícola desde 1974. Durante seus 20 anos de Emater (hoje IDR), trabalhou em Verê, Dois Vizinhos, Francisco Beltrão, Capitão Leônidas Marques e Salgado Filho. No ano 2000, formou sua produção de mudas, a Lu-Za Flores (Lu de Lussídio e Za de Zanella), na saída de Francisco Beltrão para Ampere, logo após o Posto Panorâmico.

Sua especialidade é a produção de plantas ornamentais e flores de época. E, para consumo próprio, cultiva também frutíferas, como citrus, maracujá, uvas, e uma série de outras menos conhecidas como goiabeira serrana, oliveira, limão caviar, mirtilos, açaí, pitáia. “São as pancs (Plantas Alimentícias não Convencionais). Tudo que for frutífera ou coisa de comer, que é diferente, eu gosto”, resume Lussídio.
Ele conta que seu gosto por frutíferas vem da infância, na sua terra natal, Nova Bassano (RS), lugar de muito parreiral. Estudou fruticultura no Colégio Agrícola e praticou muito também no tempo de extensionista da Emater.

Atualmente, ele está se dedicando mais à produção de aspargos e mertilos, ou frubelis (frutas pequenas que valem outras reportagens).

Quanto mais sol, mais doce fica a fruta
Com tantos anos de dedicação às plantas, Lussídio aprendeu muitas técnicas para tornar as frutas mais saborosas. Um, que vale tanto para pêssegos como para uvas, é aumentar a exposição ao sol. No pessegueiro, ele tira as folhas que fazem sombra às frutas. No parreiral, prefere o sistema de espalhadeira. É aquele que a parreira somente sobe e não se estende sobre uma armação de madeira e arame, como nos parreirais tradicionais. Produz menos, mas com mais sabor, porque a planta pega mais sol.
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