O governo acendeu o sinal de alerta quanto à possibilidade de os movimentos ganharem proporções nacionais. Nomeação do novo ministro da Justiça deve acontecer em breve.

Foto: Assessoria Palácio do Planalto
O presidente Michel Temer (PMDB) criticou o movimento dos policiais militares no Espírito Santo, que há sete dias tem causado problemas à segurança pública com a falta de patrulhamento nas ruas. Em nota à imprensa, ele disse que a “paralisação ilegal” tem causado temor à população e afirmou que o direito de reivindicar “não pode tornar o povo brasileiro refém”.
“O presidente conclama aos grevistas que retornem ao trabalho como determinou a Justiça e que as negociações com o governo transcorram dentro do mais absoluto respeito à ordem e à lei, preservando o direito e as garantias do povo que paga o salário dos servidores públicos, sejam eles civis ou militares”, informou a Secretaria de Comunicação do Palácio do Planalto.
Esta é a primeira vez que o presidente se pronuncia sobre o assunto. No início da semana, ele autorizou, por meio dos seus ministérios, o envio de militares e homens da Força Nacional para auxiliar na segurança da capital Vitória e sua região metropolitana. De acordo com o comunicado, Temer acompanha os fatos no Estado “desde os primeiros momentos”.
“[O presidente] condena a paralisação ilegal da Polícia Militar, que atemoriza o povo capixaba. Ao saber da situação, determinou o imediato envio de dois mil homens para reestabelecer a lei e a ordem no Estado”, informou o Planalto.
Mais de 120 mortos
Desde sábado, 121 homicídios já foram registrados na região. Ontem, 703 policiais militares foram indiciados pelo crime de revolta, por estarem armados e aquartelados nos batalhões.
Familiares de PMs no Rio de Janeiro concentraram-se em frente a diversos batalhões, impedindo a saída de viaturas, da mesma forma como ocorre no Espírito Santo.
De acordo com interlocutores presidenciais, o governo acendeu o sinal de alerta quanto à possibilidade de os movimentos ganharem proporções nacionais. Nomeação do novo ministro da Justiça deve acontecer em breve.
De acordo com a assessoria de imprensa da PM fluminense, os parentes reivindicam pagamento do décimo terceiro salário, do Regime de Adicional de Serviço (RAS) pelo trabalho nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos e das metas atrasadas.