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Francisco Beltrão
quinta-feira, 29 de maio de 2025

Edição 8.214

29/05/2025

Tico, o mascote da Polícia Civil de Francisco Beltrão

Carismático e querido por todos, o cãozinho participou do desfile de 7 de Setembro em carro aberto.

 

Tico uniformizado junto com a equipe da Polícia Civil, antes do desfile de 7 de Setembro. 

 

 Quando Tico tinha 15 dias de vida, ele foi colocado para adoção pela ONG Arca de Noé junto com mais sete irmãos, isso há um ano e seis meses. Na época, Cláudia de Araújo Bond Grabaski (advogada) e Renato Bond Grabaski Filho (policial civil) não queriam ter mais cães, pois haviam perdido sua cachorrinha Mel, de 9 anos, e estavam traumatizados com a morte dela. 

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Como o casal acompanha o trabalho da ONG, primeiro Cláudia viu foto da mãe de Tico com os filhotes e gostou de um filhotinho que tinha uma pinta. “Quando ela entrou on-line e disse que queria todos, eu, na hora, disse que queria o da pinta. Bom, o pessoal da clínica Planeta Bicho, onde eles estavam sendo cuidados, não aguentava mais ver a Cláudia. Durante 30 dias, por causa do desmame, ela ia visitar o filhote quase diariamente”, lembra Renato.

Depois do amor imediato entre os donos e seu novo cãozinho, Tico ganhou mais dois companheiros, a Lili e o Cisco, que foram resgatados de maus-tratos. Mas a ligação de Tico com a Polícia Civil começou ainda filhote. Ele sempre frequentou o campo da entidade, onde adora brincar e, consequentemente, os policiais se apegaram à presença do pet. 

“Como o Tico é muito brincalhão, todo mundo conhece e brinca, porque ele retribui, desde quando era pequeno. A índole dele é muito boa, além de ser muito inteligente. Para entrar na delegacia, ele nem precisa de guia. Ele ter se transformado em mascote é interessante, pois é difícil ter uma delegacia que não tenha um cachorro adotado. Acho que há uma simbiose, a energia atrai. Eu vejo que o cachorro vira-lata é a essência da Polícia Civil, porque é fiel, tem coragem de fazer o trabalho que muita gente não faz e ninguém o vê de primeira. O Tico é tão parecido que é preto e branco”, declara Renato, com orgulho do seu cão. 

7 de setembro

 

Renato com Tico, no carro aberto, no qual desfilou. 

 

No dia 7 de setembro deste ano, foi a primeira vez que a Polícia Civil de Francisco Beltrão fez um desfile mais elaborado. Então, Tico foi convidado para participar como mascote da instituição. Com grande estilo, o mascote desfilou uniformizado e em carro aberto. “O nosso trabalho é tão estressante, muitas vezes triste, e parece que os cães têm esse poder de alegrar”, ressalta Renato. 

Vira-latas
Cláudia destaca como é boa a companhia dos vira-latas e como eles são carinhosos. “Vira-lata é tudo de bom. Nós somos contra a compra de cães, ainda mais que tem tantos precisando de um lar”, argumenta a dona. Renato diz que a recepção dos três quando eles chegam em casa é linda. “Parece que a gente chegou da guerra, eles fazem uma festa quando nos veem.” 

 

São Francisco de Assis e o cuidado com os animais

Por Ana Paula Pizzi*

Neste dia 4 de outubro é celebrado o Dia de São Francisco de Assis. Ele passou a ser admirado após renunciar à riqueza familiar e dedicar-se totalmente à pobreza e à humildade, espalhando atos de bondade a todos os seres vivos. Para São Francisco de Assis, “todos os seres são iguais, pela sua origem, seus direitos naturais e divinos e seu objetivo final”. 

Na mesma data é comemorado o Dia Mundial dos Animais. Muitas vezes a data adquire um caráter religioso, pois foi escolhida em 1929 no Congresso de Proteção Animal, na Áustria, em homenagem a Francisco de Assis. Desde então, ele é lembrado como patrono dos animais.

Todos os animais são protegidos por lei
A luta pelos direitos dos animais é antiga e a cada ano ganha mais força. Cada vez mais as pessoas estão se aliando a essa batalha contra a violência e o descaso. A maioria se comove ao presenciar um ato de maus-tratos praticado contra os animais; muitos pensam que não há o que podem fazer a respeito, alguns não querem se envolver e outros desacreditam no poder da denúncia.

Os animais, assim como as pessoas, são protegidos por lei e não devem, em hipótese alguma, serem submetidos a qualquer tipo de crueldade. Não podemos nos contaminar por aquele pensamento de que não adianta fazer nada, pois não irá mudar. De fato, não muda se permanecermos passivos frente a tantos crimes contra animais. 

Segundo a Lei 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, art.32, “praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos” é crime, com pena de detenção de três meses a um ano, e multa. Se houver a morte do animal, esta pena é aumentada de um sexto a um terço.

A dona de casa que espancou seu cão até a morte em frente à sua filha porque ele teria feito xixi no tapete; os cavalos que muitas vezes são colocados a puxar excessivo peso nas carroças; o gato que é envenenado por ter adentrado em terreno vizinho; o cão que vive há anos no fundo do lote preso a poucos centímetros de corrente e restrito de água, comida e contato; os animais que são utilizados à força para experimentos científicos, causando-lhes ferimentos e queimaduras; os pássaros e aves que são alvos de espingardas; os cães e galos que são encarcerados e submetidos a torneios de briga… Todos são atos criminosos que ocorrem constantemente e com o consentimento de seres humanos – alguns deles por puro prazer. 

Atitude é fundamental!
Mesmo com a divulgação das leis que protegem os animais, elas são pouco conhecidas, o que dificulta a prática da denúncia e o cumprimento destas leis. A qualquer momento estamos suscetíveis a presenciar uma cena de maus-tratos e é preciso que alguma medida seja tomada no mesmo instante, e evitar a impunidade destes infratores.

Agir rápido significa salvar uma vida, ou várias: anotar a placa do veículo quando abandona um animal, ou atropela e não presta socorro, fotos, vídeos, tudo serve para que a denúncia possa ser efetuada. Há pessoas responsáveis e preocupadas com o bem-estar dos animais da nossa cidade, que denunciam e fazem a parte delas; com a proposta de conscientização, este número pode aumentar e garantir que cada vez mais animais possam ser retirados do sofrimento e sujeitos a uma nova vida. 

Campanha de Conscientização 
A ONG Arca de Noé, atuante na cidade de Francisco Beltrão, é uma entidade sem fins lucrativos, criada pela iniciativa de um grupo de pessoas cujo objetivo é promover o bem-estar da vida animal. A ONG luta pela proteção animal definida como um conjunto de ações destinadas a promover o respeito à vida e à integridade física e psíquica dos animais, visando o seu bem-estar. 

Trabalhamos de forma voluntária, sem qualquer subsídio do poder público, desenvolvendo principalmente programas educativos.  Acreditamos que a educação transforma e incentiva a responsabilidade pela natureza, pelo reino animal, e pela própria humanidade. Nossos projetos educacionais têm como foco principal a conscientização da população sobre a importância do Respeito aos Animais, da Posse Responsável e da Castração, visando um controle populacional dos animais domésticos.

Antes de tudo, vale lembrar que a Arca de Noé – assim como qualquer outra ONG de proteção animal – é uma entidade da sociedade civil que não tem poder de polícia ou de julgar. Nosso trabalho de combate a maus-tratos se dá primordialmente na divulgação da legislação de proteção animal, que estabelece que maltratar animais é crime e que é dever do Estado fazer cumprir a legislação. 

Ou seja, toda denúncia de maus-tratos pode e deve ser encaminhada às autoridades policiais e é dever do Estado investigar e fazer cumprir a Lei. Não se cale diante da crueldade contra seres indefesos. Se você sabe de alguma situação de maus-tratos ou desconfia de envenenamento de animais, denuncie! O seu silêncio é o que um criminoso precisa para continuar maltratando.

*Ana Paula é membro da ONG Arca de Noé.

 

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