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Francisco Beltrão
sexta-feira, 30 de maio de 2025

Edição 8.215

30/05/2025

Trabalhadores rurais invadem fazenda da Araupel

Grupo é ligado ao MST e quer a desapropriação do imóvel para fins de reforma agrária. Empresa diz que esta área é a mais produtiva.

Da CATVE e MST

 

 

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O pessoal do MST na invasão de mais uma propriedade da Araupel. 

 

Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) invadiram mais uma área que pertence à Madeireira Araupel na noite de quarta-feira, 16. De acordo com a Polícia Militar de Quedas do Iguaçu, a invasão iniciou às 23h30 com um grupo de aproximadamente 500 pessoas. Ontem, mais pessoas se juntaram ao grupo de invasores.

A estrada rural que dá acesso à ponte Rio das Cobras, entre Rio Bonito do Iguaçu e Quedas do Iguaçu, foi tomada. De acordo com a assessoria de imprensa da Araupel, os trabalhadores passaram a noite no mato e somente pela manhã conseguiram escapar. 

Ainda segundo a PM, pela manhã mais de 100 veículos chegavam à fazenda para reforçar a ocupação. Desde o dia 1º de maio os acampados que vivem no assentamento Ireno Alves ameaçavam ocupar mais terras da empresa de reflorestamento no Centro-Oeste do Paraná. Desde 1999 famílias invadem áreas da Araupel na região. 

O Pelotão de Choque da Polícia Militar de Cascavel, policiais de Laranjeiras do Sul e Guarapuava acompanham o movimento. 

A Araupel informou que a área invadida é a mais produtiva da empresa, onde as árvores estavam prontas para o corte. São 35 mil hectares. Caminhões que já estavam carregados para indústria e o maquinário florestal ficaram dentro da fazenda que teve todos os acessos bloqueados. Por causa da falta de matéria-prima, a unidade da madeireira em Quedas do Iguaçu parou a produção. 

Uma aeronave iria sobrevoar a ocupação para fazer imagens e identificar o espaço e número de invasores. A Justiça concedeu interdito proibitório para 100% da área, mas a medida não impediu a invasão do movimento, que alega improdutividade no local. 

MST fala em 
três mil pessoas
Segundo nota do MST, em sua página no Facebook, cerca de três mil famílias sem-terra, do Acampamento Herdeiros da Luta 1° de Maio encontravam-se na Fazenda Rio das Cobras, da empresa Araupel.

Antônio Miranda, da direção nacional do MST, afirma, em nota no Facebook do movimento, que “essas são uma das melhores terras do Brasil, e a Araupel apenas produz madeira para exportação. Queremos produzir alimentos nessas terras, e por causa das ilegalidades, elas devem sim ser destinadas à Reforma Agrária, para que possamos trabalhar e produzir alimento de qualidade ao povo brasileiro”.

A nota do MST diz que, “no começo do mês, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) do Paraná formalizou o pedido de nulidade da área na 3ª Vara Federal de Cascavel, por existirem sérias dúvidas jurídicas sobre a legitimidade do título de propriedade por parte da empresa”. O homem tinha 53 anos.

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