A orientação do Procon é negociar diretamente com o proprietário da van.

As vans escolares não estão rodando neste período de isolamento, por isso alguns pais questionam se devem pagar a mensalidade integralmente.
Fotos: Arquivo pessoal
As vans escolares não estão rodando neste período de isolamento, por isso alguns pais questionam a necessidade de pagar a mensalidade integralmente. Como não há uma regulamentação neste sentido, o Procon orienta que o cliente negocie diretamente com o prestador do serviço. “O acordo deve ser direto com o dono da van, porque ele também tem contas a pagar. A sugestão é usar esse valor como crédito. Outra possibilidade é o cliente rescindir o contrato sem multa, mas orientamos pra que haja negociação”, comenta Helena do Couto, coordenadora do Procon de Francisco Beltrão.
Foi o que fez Daiane Andregheto, técnica em Enfermagem, que conversou com o dono da van e acertou o pagamento de 50% da mensalidade. É preciso bom senso de ambas as partes: “Em tempo de crise, temos que nos ajudar; teve os impostos, aí eu acho certo dividir, mesmo sem ter usado o transporte. Não é certo não pagar nada, mas sim negociar”.
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Cada caso é um caso, como destaca Cirene Colla Dorigoni, presidente da Associação de Transportadores Escolares a Domicílio (Ated). Ela conta que todos os seus clientes pagaram integral no vencimento do dia 10 de abril, uma vez que o contrato é anual e a cobrança é de 11 meses, portanto, 11 parcelas. “Quando teve H1N1, ficamos sem trabalhar 15 dias e agora a gente não sabe quanto tempo. Os pais têm que analisar as nossas despesas, temos que pagar financiamento, seguro e a mecânica precisa estar em dia.”
Cirene, que trabalha com transporte escolar há 23 anos, também sugere uma conversa com o transportador contratado, para chegar a uma definição. Seu colega de trabalho Adivoncir Scalabrin destaca que ainda não há nada definido, mas está cobrando o valor integral em abril, comprometendo-se de fazer a complementação do ano letivo, assim como já aconteceu em períodos de greve. “Em maio, se persistir, teremos que abonar a cobrança.” Há 24 anos trabalhando na área, Scalabrin acrescenta que já passou por várias paralisações de greve, mas nenhuma se compara à incerteza da situação atual.
Quanto ao transporte na rede municipal de ensino, o JdeB tentou contato por telefone com o setor de transporte escolar da Secretaria Municipal de Educação, mas não teve retorno.
