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Francisco Beltrão
sexta-feira, 30 de maio de 2025

Edição 8.215

30/05/2025

Tristeza parasitária bovina: uma enfermidade que ainda gera perdas

Entre os prejuízos estão a diminuição do desempenho, aborto, quedas na produção de leite e carne e gastos com medicamentos.

A tristeza parasitária é um complexo de doenças causadas por protozoário (Babesia spp.) e rickettsias (Anaplasma spp.);

ambos são intraeritrocitários, ou seja, ficam dentro da célula vermelha (hemácia).

O complexo tristeza parasitária bovina é responsável por grandes prejuízos à pecuária brasileira e o conhecimento de sua epidemiologia tem se tornado cada vez mais necessário. Apresentada em alta frequência, pode levar a elevada mortalidade, diminuição do desempenho, aborto, quedas na produção de leite e carne, além de gastos com medicamentos.O complexo tristeza parasitária bovina é responsável por grandes prejuízos à pecuária brasileira e o conhecimento de sua epidemiologia tem se tornado cada vez mais necessário. Apresentada em alta frequência, pode levar a elevada mortalidade, diminuição do desempenho, aborto, quedas na produção de leite e carne, além de gastos com medicamentos.Os sinais clínicos acima citados também estão presentes em outras doenças que têm prevalência na região Sudoeste do Paraná, assim, muitos produtores e veterinários, em determinados momentos, acreditam estar tratando os animais destas enfermidades. A tristeza parasitária é um complexo de doenças causadas por protozoário (Babesia spp.) e rickettsias (Anaplasma spp.); ambos são intraeritrocitários, ou seja, ficam dentro da célula vermelha (hemácia). A transmissão destes agentes ocorre através de vetores, como carrapatos, moscas picadoras (Stomoxys spp.) e fômites (objetos contaminados que podem transportar organismos contagiantes: bisturi, tesouras, brincadores). Animais persistentemente infectados e os carrapatos machos se comportam como um reservatório para a transmissão mecânica ou biológica do patógeno. Anaplasmose A tristeza parasitária tem período de incubação de 21 a 35 dias, com sinais clínicos de anemia, icterícia, febre (39,8°C a 40,5°C), fraqueza e depressão, cuja intensidade e duração são dependentes de diversos fatores: animais mais velhos são mais susceptíveis à forma severa da doença; animais com consumo de energia reduzido apresentam a doença de forma mais severa (COSTA et al., 2011).

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BabesioseOs agentes presentes no Brasil são: Babesia bovis (transmitida pelas larvas) e Babesia bigemina (transmitida pelas ninfas e adultos) do carrapato R. microplus.  Pode também por transmissão mecânica, via transfusão de sangue (KESSLER e SCHENK, 1998). Temos relato no Paraná de transmissão congênita (mãe para filho, via intrauterina).O quadro clínico por B. bigemina é caracterizado por período de incubação de sete a 14 dias cursando com febre (41°C a 41,5°C), hemoglobinúria (urina cor de “coca-cola”), ranger de dentes, palidez das mucosas e anemia aguda. Já na B. bovis os sinais são mais severos, podendo ser fatais, apresentando, além de febre alta, hemoglobinúria, sintomas nervosos como incoordenação motora, salivação anormal, ranger de dentes e letargia (PURNELL, 1981). A B. bovis tem curso de três a sete dias para a doença aguda.

Doenças hemolíticas: O que significam? Anaplasmose e babesiose são doenças hemolíticas (destroem células do sangue) e febris, estão relacionadas com a distribuição geográfica – zonas de estabilidade em que os animais se infectam precocemente antes de perderem a resistência à forma clínica, que ocorre entre os 6 e 9 meses de idade. E temos as zonas de instabilidade, na qual os animais se infectam mais tardiamente, devido à ausência dos vetores durante parte do ano, nestes ambientes observa-se um maior número de quadros clínicos.

Diagnóstico clínicoO exame realizado por médico veterinário avaliando os sinais clínicos e coleta da amostra de sangue (hemograma) para avaliação laboratorial. A amostra coletada com anticoagulante permite avaliar a presença do Anaplasma e/ou Babesia e quantificar a necessidade ou não de transfusão de sangue. Transfusão de sangue A destruição das células sanguíneas dificulta a troca gasosa, ou seja, os animais não enviam oxigênio para os tecidos e órgãos vitais como rins e fígado. A anemia provocada pela remoção das hemácias (Anaplasmose) ou sua destruição (Babesiose). Esta falta de células sanguíneas para transporte de oxigênio é percebida pela dificuldade respiratória dos animais, relutância em caminhar, permanecem deitados e as mucosas vulvares e oculares pálidas. É imprescindível determinar quanto de sangue o animal perdeu em decorrência da doença, para que haja a imediata reposição. A transfusão deve ser realizada usando bolsas com anticoagulante (não permitir uso de materiais contaminados), e o volume a ser transfundido é calculado pelo hematócrito obtido do hemograma do animal. Em casos de urgência, a orientação é 10 a 15 ml de sangue por kg de peso vivo para elevar o hematócrito em 3% a 4%. Este volume corresponde a um único doador, evitando-se mistura de sangues de diferentes origens e o risco de reações adversas.

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