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Francisco Beltrão
domingo, 25 de maio de 2025

Edição 8.211

24/05/2025

“Tudo teve a mão de Deus”, diz Elizangela Rufatto, que doou um rim

Além de amigo, Adair Cassemali se tornou seu irmão.

Os “irmãos de rim” Adair Cassemali e Elizangela Rufatto se reencontraram em setembro, já que Adair reside em Cascavel.

O mês de setembro está marcado no calendário da beltronense Elizangela Carletti Rufatto, 38 anos. No dia 26 de setembro de 2019, ela e o amigo Adair Cassemali, 39 anos, de Cascavel, que tinha problemas renais, fizeram o teste de compatibilidade e deu tudo certo. O transplante de rim aconteceu dia 16 de setembro de 2020, no Hospital Salete, em Cascavel. Para comemorar um ano da nova vida, eles se encontraram novamente, em setembro passado, para festejar.

Doadora e receptor se tornaram irmãos e dona Irene, mãe de Adair, é a segunda mãe de Elizangela. “No mínimo uma vez na semana, ele manda mensagem querendo saber se estamos bem. Ganhei uma irmã, a esposa do Adair, que também sempre está se comunicando, e uma supermãe, a Irene, que agora é minha mãe também e me manda bom dia quase que diariamente.”

Elizangela é mãe de Arthur Estevan Pachuki, 13 anos, Rafaella Nariah Pachuki, 4 anos, e Manuella Eloah Pachuki, 2 anos e 7 meses. Quando ela decidiu ajudar, sua família ficou surpresa, mas feliz. “Falei com meu esposo (Odirlei Pachuki) e filhos, todos me apoiaram e também com meu pai (Iluir lenir Rufatto), minha mãe (Rosalina Carletti) e meus irmãos (Fioravante, Eliane, Fernando e Helena), todos me apoiaram. Meu irmão Fioravante (já falecido) até falou que, se um dia o meu rim falhasse, podia ficar tranquila que eu ia ter quatro irmãos e que alguém iria me doar um”, diz bem-humorada.

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Na época, ela amamentava Manuella, que estava com um ano e 4 meses quando foi agendado o transplante e, 15 dias antes da cirurgia, Elizangela tomou um remédio por indicação médica para parar de descer o leite e ela explicou para a filha que o leite estava acabando.

Unidos pelo transplante: Odirlei, Elizangela, Irene, Andressa, Juliana, Júnior e Adair.

Como tudo começou?
“Em três momentos que eu estava com ele e sua família, senti uma vontade enorme de falar que gostaria de fazer o exame de compatibilidade. Quando comentei, ele falou muito das dificuldades que estava tendo para conseguir um doador, já havia feito vários testes de compatibilidade com a mãe e com a tia, sem sucesso. Ele estava na fila de espera por um rim, mas nunca havia sido chamado, ainda, para fazer o teste com um possível doador. A doação pode vir de alguém com morte cerebral, mas que, por ser sangue O+ (o positivo), só poderia receber de uma pessoa com a mesma tipagem sanguínea, e que ainda tinha que ter a compatibilidade certinha.”

Elizangela, que é O+, sentia que poderia ser a doadora. “Ele acreditou; iniciamos todos os exames, que são muitos, fizemos o teste de compatibilidade, deu um bom índice, aí começaram todos os exames para ver se eu estava realmente bem de saúde e se poderia mesmo ser a doadora, tudo isso em meio à pandemia. Foi quase um ano de exames, tudo certinho, graças a Deus. Tivemos também que passar por um processo judicial por não termos grau de parentesco, precisou de uma autorização judicial para acontecer o transplante, mas deu tudo certinho, Deus arrumou tudo no tempo certo.”

Ela transparece a satisfação por ter ajudado: “Sem falar na alegria de saber que eu ajudei a salvar a vida de uma pessoa. Eu e essa pessoa podemos compartilhar bons momentos e a graça da vida, saber que nada foi por acaso, que tudo teve a mão de Deus.”

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