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Francisco Beltrão
domingo, 25 de maio de 2025

Edição 8.211

24/05/2025

Um projeto de visão

Ação do Rotary Club de Francisco Beltrão em parceria com a Secretaria da Educação e oftalmologistas diagnostica problemas de visão em crianças e repassa lentes e armações.

45 alunos foram contemplados no Olho no Olho deste ano. Já são 27 edições.

A beltronense Renata Carvalho Szikoski tem apenas seis anos, mas já precisa de óculos com alta graduação. As lentes que ela está usando são de 9 graus e agora são mais finas que as convencionais. Ainda bebê, a família descobriu o estrabismo na menina e o acompanhamento médico e o uso de óculos permitiram uma vida normal: ler, fazer atividades, identificar objetos.

Renata, aluna da Escola Irmão Cirilo, foi umas das 45 crianças contempladas neste ano com óculos e lentes pelo programa Olho no Olho, uma iniciativa que reúne a Secretaria Municipal de Educação, os médicos oftalmologistas Lúcio Duarte e Duarte Jr. e o Rotary Club Francisco Beltrão. “O projeto só consegue ter o resultado que obtém porque há muita gente envolvida neste processo”, resume o presidente do clube, Paulo Colpani.

A ponta inicial deste trabalho é a sala de aula, onde professores realizam testes de acuidade visual com os alunos para descobrir eventuais problemas. Aqueles que apresentam alguma dificuldade na identificação das formas são encaminhados para consulta médica. Dr Lúcio e Duarte Jr atendem as crianças em seus consultórios para exames mais precisos e que apontam, ou não, a necessidade de óculos. Depois, entra o Rotary Clube bancando a confecção de lentes e armações, de acordo com o receituário médico.

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O projeto aprimorou uma proposta criada nos anos 90 pela Sociedade Brasileira de Oftalmologia que buscava identificar problemas de visão em crianças da rede pública de ensino. “Esse programa durou pouco tempo, mas eu e meu irmão [Duarte Jr] quisemos dar continuidade, conversamos com a Prefeitura e aí apareceu o Rotary para fornecer os óculos e é assim até hoje”, relembra Dr Lúcio. O Olho no Olho chegou em 2021 à sua 27ª edição e, desde que teve início, calcula-se que mais de mil crianças tenham sido atendidas.

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Esse diagnóstico ainda cedo dá mais qualidade de vida e melhora o aprendizado dos alunos, já que os problemas de visão provocam o desinteresse dos pequenos. Um dos principais defeitos é a ambliopia, que reduz a visão porque o cérebro passa a ignorar as imagens recebidas por um dos olhos e que precisa ser diagnosticada e tratada até os oito anos para não se agravar e até provocar a perda de visão em alguns casos. “Tem gente que vai descobrir o problema só depois de adulto e aí não consegue mais recuperar a visão da mesma forma que uma criança que foi tratada, porque o óculo funciona como uma fisioterapia para o olho, para que o cérebro perceba a imagem de forma correta”, completa o oftalmologista.

Um indício para a família perceber que há algum problema e procurar ajuda médica é se a criança se aproxima demais para ler ou ver imagens e se precisa forçar a visão e parte desse comportamento também pode ser percebido na escola, provocando desinteresse no aprendizado.

Dinheiro aplicado no futuro das crianças
O Olho no Olho é um dos projetos que mais orgulha o Rotary Club Francisco Beltrão, que mantém ainda outros programas, como a recuperação de nascentes e destinação de equipamentos para os laboratórios do curso de Medicina da Unioeste. “Assim como outros projetos, o Olho no Olho está alinhado com as ênfases de atuação do Rotary International, como a promoção da saúde, do meio ambiente, a defesa da paz mundial e o combate à pobreza”, relata Antônio Da Caz, presidente da Comissão da Fundação Rotária no clube. É por ele que passa boa parte dos projetos, assim como o encaminhamento de recursos. É que, para implementar as ações, os clubes de Rotary precisam colaborar financeiramente com a Fundação Rotária – a contribuição Paul Harris, por exemplo –, então podem inscrever seus projetos e ser beneficiados com o aporte financeiro para a execução, com contrapartida custeada por promoções e outras contribuições. Ações maiores podem ter parceiros internacionais. No caso do Olho no Olho, o dinheiro é utilizado na aquisição dos óculos: a receita indica a gradução da lente e o aluno escolhe a cor e o modelo da armação. A Ótica Safira é a empresa parceira, que fornece os produtos com preço abaixo de mercado e faz o pós-venda.

Dr. Lucio Duarte, médico oftalmologista: problemas de visão podem se tornar irreversíveis e dificultam o aprendizado.

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