Treinamento aconteceu no Exército e foi ministrado pelo Suboficial Jalbert Azeredo, da Marinha do Brasil.
Quando as pessoas se colocam em risco, na tentativa de suicídio, profissionais da segurança pública normalmente são acionados. Diante desta demanda, o 16º Esquadrão de Cavalaria Mecanizado promoveu na unidade, de 14 a 16 de junho, um treinamento de Abordagem Técnica à Tentativa do Suicídio (ATTS), ministrado pelo Suboficial Jalbert Azeredo, da Marinha do Brasil. Ele é o único abordador do Estado do Paraná com autorização pelo Corpo de Bombeiros de São Paulo a estar replicando o protocolo.
Participaram 15 profissionais do Samu, PM, Corpo de Bombeiros e Exército. Esta é a segunda turma formada no Exército, mas Suboficial Jalbert já totaliza cinco turmas concluídas. O diferencial da ATTS é a abordagem humanizada. Este foi um dos motivos para que Soldado Claudiane Cover, da PM, participasse do estágio. “Achei interessante tanto pra vida profissional, porque na condição de PM a gente se depara com essas realidades, quanto pra pessoal, para evitar pré-julgamentos. Esta abordagem enfatiza a empatia.”
Soldado Diego, do Corpo de Bombeiros de Pato Branco, comenta que o curso apresenta diferentes tipos de tentantes. “Muitas vezes, a gente chega na ocorrência e já houve o suicídio, mas essa realidade de poder dissuadir é mais humana, isso é interessante no treinamento.”Suboficial Jalbert destaca: “Nós mostramos através de técnicas de dissuasão e conseguimos, na maioria das vezes, que a pessoa desista da tentativa no próprio local, o que vai contribuir demais nas próximas vezes, porque evita que ele venha repetir a tentativa. Esse protocolo não tem objetivo de mudar os outros protocolos. Nós levamos a possibilidade de humanizar, de levar amor a uma abordagem, que é o que o tentante está precisando naquele momento: ser ouvido; receber afeto do coração, não o protocolar.”
Durante o treinamento, são feitas várias oficinas, o que contribui para que os alunos tenham uma forma humanizada de posicionamento numa possibilidade dessa. “O ATTS é totalmente contra ter que segurar e arrancar na marra; em algumas situações é a última opção. Vamos sempre estar lutando nas técnicas de dissuasão a fazer com que ele desista do pensamento, mostrando a ele, conforme o Major Diógenes Munhoz disse: ‘a melhor opção sempre vai ser viver’, e é isso que a gente mostra pro nosso pessoal.”
Programa de Valorização da Vida
De acordo com Subtenente Messias Moreira, responsável pelo Programa de Valorização da Vida do 16º Esquadrão de Cavalaria Mecanizado, a importância da ATTS está na necessidade de estar preparado para qualquer tipo de acontecimento e, inclusive, suicídio. “Infelizmente, o suicídio é um problema da sociedade. O Exército se preocupa com o público interno e externo, então precisa estar preparado para apoiar a sociedade de uma forma em geral. O que a gente vê é que toda sociedade está doente na área dos transtornos mentais, então temos que estar preparados para um possível acontecimento de um tentante de suicídio dentro ou fora da unidade. Fazemos esta capacitação de abordador pra poder fazer frente a esta demanda que possa existir.”
Ele explica que a ATTS consiste em poder tirar a pessoa daquela situação de risco de forma que ela saia por vontade própria, o que possibilita que essa pessoa por si só se empodere e possa amenizar esta situação que ela vive. “O tentante quer amenizar a dor e não tirar a vida e quando ele se empodera, ao vencer aquele momento, pode estar entrando pra uma situação de terapia, de buscar ajuda técnica, com psiquiatra, psicólogo e grupos de apoio, como Centro de Valorização da Vida (CVV).”
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