Uso de agrotóxicos provoca 19 mortes no Paraná
A Secretaria Estadual de Saúde está promovendo nesta semana, em Curitiba, um seminário sobre agrotóxicos, alertando para os 19 casos de mortes por intoxicação registrados no Paraná, neste ano. No núcleo regional da Secretaria de Agricultura e do Abastecimento (Seab) de Francisco Beltrão já foram registrados três casos de intoxicação sem nenhum óbito, em 2004. No ano passado, três pessoas foram hospitalizadas. Em 2002, foram sete casos.
Além dos dados registrados oficialmente, há muito casos de intoxicação que não são diagnosticados. Geralmente são computados apenas os caso de pessoas que ingerem agrotóxicos ou que absorvem bruscamente grande quantidade da substância e que são hospitalizadas em seguida. Contudo, muitos agricultores passam a vida toda em contato com os produtos sem tomar os devidos cuidados acarretando em sérios problemas fisiológicos, que vão desde uma dor de cabeça contínua e até casos de câncer.
Mau uso
De acordo com Paulo Marques, engenheiro agrônomo da Defesa Sanitária Vegetal da Seab, de Francisco Beltrão, a intoxicação é resultado do mau uso dos produtos. A utilização correta evitaria tanto a intoxicação do produtor rural quanto do consumidor.
A Legislação do uso de agrotóxico prevê que os produtos só devem ser vendidos em casos de real necessidade, com prescrição de um profissional da área de agronomia. A aplicação deve ser realizada da maneira indicada pelo especialista e com o uso do equipamento de proteção individual (EPI).
Além disso, para evitar intoxicação do consumidor, o produtor deve respeitar o tempo de carência, ou seja, o alimento só pode ser comercializado depois de um período determinado conforme o agrotóxico que lhe foi aplicado.
Hospitais devem
avisar a Seab
No caso de intoxicações agudas, os hospitais devem preencher uma ficha de ocorrência toxicológica, que é encaminhada para a 8ª Regional de Saúde, que comunica a Seab que deve fazer uma inspeção a fim de apurar os motivos do acidente. Se forem encontrados agrotóxicos proibidos ou vendidos sem receita agronômica, o produtor e o comerciante serão punidos. Se o produto foi prescrito por algum agrônomo sem necessidade de utilização, o profissional também pode ser autuado.
?Em casos graves de intoxicação, que levam à morte, o responsável, seja ele quem for, pode responder administrativamente, civilmente e criminalmente. O ideal é se utilizar agrotóxicos apenas quando for necessário?, enfatiza Marques.
Na região, o Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) tem aplicado alguns cursos sobre o uso dos EPI.
