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Francisco Beltrão
quarta-feira, 28 de maio de 2025

Edição 8.214

29/05/2025

Usuários de rodovias até concordam com pedágio, mas querem preço justo

Tarifa proposta é de pouco mais de R$ 8 para as duas praças, em Ampere e Renascença.

Um dos pontos polêmicos da proposta é a construção de um contorno em Marmeleiro, para retirar o tráfego pesado da cidade.

As audiências públicas para colher sugestões e contribuições à proposta de concessão de rodovias devem acontecer neste mês. Mas o assunto já está gerando bastante discussão entre os moradores da região, que deve ter 140 km do Corredor Sudoeste (entre Realeza e Pato Branco) repassados para administração da iniciativa privada.

O JdeB ouviu quem usa o trecho com frequência e uma conclusão foi recorrente entre os motoristas: a rodovia até pode ser pedagiada, desde que as tarifas sejam acessíveis. O representante comercial Eder Zuchi percorre diariamente as cidades da região e se diz contra o pedágio, dado o pagamento de impostos sobre venda e circulação dos veículos, mas admite que, se a privatização for inevitável, precisa ter valores menores que o proposto no projeto.

“Se viessem melhorias na via e na segurança e com preço mais acessível, eu concordo que poderia haver pedágio”, comenta. Ele aponta um valor de R$ 2 por eixo e até R$ 4 por carro como um preço justo. No estudo de concessão, estão previstas praças em Ampere e Renascença, com valor estimado de pouco mais de R$ 8 por carro/eixo.

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Sobre esse preço, as concessionárias que forem disputar o leilão poderão dar até 15% de desconto e esse deve ser o principal critério para vencer a concessão.

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Neste processo, dois debates vêm tomando corpo: o aumento do desconto máximo que as concessionárias poderão conceder (até 25%, por exemplo) e também a utilização de todo o valor da outorga (que seria o segundo critério de desempate) na própria rodovia, com obras adicionais ou como subsídio da tarifa. Para quem trabalha com transporte pesado, há a preocupação com o aumento dos gastos, já que a tarifa de pedágio será um custo a mais para os fretes.

Clebinho, motorista de um bitrem graneleiro, reconhece que estradas bem conservadas trazem economia à manutenção dos caminhões, mas não concorda em pagar uma tarifa alta. “Acredito que se fosse um valor acessível, até porque no caminhão se multiplica por sete ou nove eixos, não seria ruim ter o pedágio.” 

Formação de preço
O valor da tarifa é formado pela junção de vários fatores, como quantidade e prazo de obras, captação de recursos externos, volume de tráfego etc. Uma eventual redução do valor inicialmente apresentado, portanto, depende da diminuição de obras ou processos que são considerados custo de operação ou investimento da concessionária, além da própria concorrência entre as empresas interessadas em cada lote. 

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Contorno em discussão
Um dos pontos mais polêmicos do estudo apresentado pelo Ministério da Infraestrutura é a implantação de um contorno em Marmeleiro, ligando o trevo do Água Branca até as proximidades do Posto Toscan, na saída para Renascença.

Um movimento na cidade quer rediscutir o traçado para reduzir o impacto ao comércio, mas quem usa a rodovia acha a ideia do desvio positiva. “Sou totalmente favorável, haja vista o transtorno que é gerado através de uma rodovia tão importante passar pelo coração da cidade, onde o fluxo de veículos é disputado entre local e transitórios”, afirma o bombeiro Miguel Ângelo Walter, que passa semanalmente pela cidade para ir a Campo Erê (SC), onde trabalha. 

Miguel cita o exemplo de Beltrão, que há alguns anos construiu o Contorno Leste, está implantando agora a via à Noroeste e há planejado um no sentido Norte da cidade. Ele espera que, repassando parte do Corredor Sudoeste a empresas, o Estado possa investir mais em outros trechos da região. 

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