Infração equivale a 7 pontos na carteira e multa de R$ 293,17.

Taís Luchezi é mãe de Maria Alyce, 5 anos, que é uma menina especial, por isso não caminha. Elas são beneficiadas pelas vagas preferenciais, uma vez que realmente precisam delas. “Estávamos nós em mais um dia de terapia, como de costume, dia chuvoso e para variar a vaga de cadeirante estava ocupada por alguém sem credencial e nós que temos a credencial temos que estacionar longe da clínica. Isso tem se repetido todos os dias”, desabafa Taís.
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“Sabe o quão exaustivo é para nós mães ficar correndo de um lado para o outro com nossos filhos especiais e ainda ter que aguentar a falta de respeito do próximo, que está cheio de saúde para caminhar. Então agora nós, mães especiais, vamos nos reunir e cada vez que isso acontecer vai ter foto publicada [nas redes sociais] e também vamos tentar acionar as autoridades”, acrescenta.
Taís comenta ainda que essas não são vagas rápidas, nas quais basta ligar o alerta e ficar até 15 minutos.
Carla Rotta, do Departamento Beltronense de Trânsito (Debetran), afirma que a fiscalização segue as determinações do Código de Trânsito Brasileiro e está embasada no Artigo 181, Inciso XX: “Estacionar o veículo nas vagas reservadas às pessoas com deficiência ou idosos sem credencial que comprove tal condição, sendo constatada a irregularidade, procede-se a lavratura do auto de infração, que é de natureza gravíssima, sendo 7 pontos e multa de R$ 293,47”.
A credencial dos moradores de Francisco Beltrão é feita no Debetran, basta levar documento pessoal, comprovante de residência e laudo médico, que ateste a necessidade, para que possa ser feita emissão. “O Debetran enaltece o respeito, a empatia, entendendo que o trânsito é um espaço de todos, onde temos direitos e deveres e nossa responsabilidade deve sempre prevalecer”, diz Carla.
Marilda Galvan, diretora do Debetran, ressalta que o Departamento vem trabalhando o caráter educativo. “É muito mais uma questão de empatia, saber que alguém vai usar essa vaga. A educação no trânsito é um trabalho permanente de respeito à sinalização existente.”
Por dois anos consecutivos, durante o Maio Amarelo, mês de conscientização no trânsito, foram feitas ações com intuito de chamar atenção para essas vagas especiais. Cadeiras de rodas foram colocadas em vagas normais de estacionamento com frases como: “é só um minutinho” e “eu já volto”. “Tentamos colocar isso no lado oposto, pra que todos consigam sentir esse pedido de respeito”, destaca Carla.