Geral
Afinal, a presença de torcedores nas arenas olímpicas influencia no quadro de medalhas? Em alguns casos, talvez. Em muitos outros, nem tanto –ou possivelmente não tem qualquer impacto, a depender da característica da modalidade e da circunstância da competição.
O veto a espectadores na Olimpíada de Tóquio, em razão da pandemia da Covid-19, afeta naturalmente a atmosfera do evento esportivo, reduz o brilho das arenas –construídas para receber multidões–, mas não necessariamente é fator negativo para o desempenho dos atletas.
Na canoagem slalom, modalidade na qual o atleta rema em canoa ou caiaque por percurso em corredeira definido por balizas, a ausência de público na Olimpíada de Tóquio fará pouca diferença, afirma à reportagem a brasileira Ana Sátila, que vai competir em duas modalidades –C1 (canoa) e K1 (caiaque).
“Para mim, isso [público] independe. Na verdade, nunca fui acostumada à presença de público. São raras as competições em que há um público incrível. Lembro que no Rio e em Londres fiquei surpresa com a quantidade de pessoas”, diz a brasileira, que disputa sua terceira Olimpíada. “Competir sem ninguém em Tóquio só vai ajudar a ficar mais focada, mais concentrada.”
No atletismo, a vibração das arquibancadas acompanha o competidor do começo ao fim. A história do épico e surpreendente ouro conquistado por Thiago Braz no salto com vara na Rio-2016 carrega a euforia do Engenhão, que nem estava tão cheio naquele 15 de agosto, quando o brasileiro derrotou, aos gritos de “é campeão, é campeão”, o favorito Renaud Lavillenie.