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Francisco Beltrão
quinta-feira, 29 de maio de 2025

Edição 8.214

29/05/2025

Você também já se sentiu pressionado por causa do peso?

A cobrança com o corpo não é uma exclusividade dos famosos.

“Sou nutricionista e professora de dança do ventre e acham que por isso eu devo seguir um estereótipo”, diz Silvana Glauce Cabrera.

“Sou nutricionista e professora de dança do ventre e acham que por isso eu devo seguir um estereótipo. Só que é exatamente pelo contrário que me mantenho assim. Com a saúde perfeita e provando que todas as mulheres são maravilhosas como são”, afirma Silvana Glauce Cabrera, que completou 44 anos na quarta-feira, dia 16.

Segundo Silvana, de um modo geral, todos os tipos de transtornos alimentares (TA) estão associados principalmente ao aspecto sociocultural, porém, não se pode descartar fatores psicológicos, biológicos e familiares. “A pressão cultural por manter-se magro, associado à uma visão de ‘boa saúde’ e força de vontade aliados à baixa autoestima, tornam o indivíduo mais propenso a desenvolver esses problemas.”

Ela acrescenta que um TA pode desencadear outro e exemplifica: “A pessoa entra em uma dieta restritiva por vários dias, passa fome, vontades, ignora o pedido de socorro do corpo, ocorre a falta de nutrientes importantes para o organismo, a partir daí a pessoa já está a um passo da compulsão. Quando ocorre a crise, vem a culpa, tristeza por se sentir incapaz de seguir a restrição, e aí volta o círculo do TA e começa tudo de novo”.

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Você já sofreu com ideal de “beleza”?
“Muitas vezes. Na adolescência, eu sofria muito com os comentários das minhas colegas na escola. Hoje em dia sei que as pessoas falam, mas já não me incomodo mais”, diz Josiana Rezzardi, 30 anos, auxiliar administrativa de uma empresa de tecnologia, de Pato Branco.

“Com toda certeza! Estamos na era fitness, quem não se encaixa é desleixada, sem generalizar, é óbvio, mas existe sim muita cobrança da sociedade em relação ao (entre aspas) corpo ideal”, responde Leidiane Candido, tecnóloga em Estética.

“Sempre fui cheinha. Sofri bullying na escola, transtornos alimentares; depois que amadureci aprendi a gostar do meu corpinho cheio. Acredito que cada mulher tem sua escultura. Mas agora estou firme na dieta de novo”, conta Jaqueline Cielo, 25, auxiliar administrativo.

“Sim. Hoje não ligo mais, afinal, tenho saúde”, destaca Ana Ines Cassol, 59, professora.

“E como! É muito triste, eu sofri muito”, comenta Lucimara Fagundes, 42, servidora pública, de Nova Esperança do Sudoeste.

“Sofri muito com meu sobrepeso e procurei ajuda. Consegui eliminar 23 kg e hoje sou livre”, comemora Paula Adriana Donatti, 42, professora.

“Eu já sofri. Hoje, depois de muito esforço. Estou conseguindo fazer o caminho de volta, mas sempre fazendo escolhas na hora de comer, ter consciência que é preciso fazer atividade física. Me sinto melhor e acredito estar no caminho certo. Infelizmente, a sociedade nos impõe um ideal de beleza, quem não se enquadra sofre, ou por ser gorda, ou por ser magra”, diz Osnilda Aguiar, 46, pedagoga.
“Sim, dos 5 aos 33 anos, até fazer gastroplastia e eliminar quase 80 kg”, afirma Silvia Pelizzer.

“Na adolescência, eu sofria muito com os comentários das minhas colegas na escola”, comenta Josiana Rezzardi.

 

Peso e gestação
“Nunca tive problema com o corpo, até engravidar; engordei 34 kg. Pesava 68 kg e fui para 104 kg. Quarenta dias depois do parto, estava com 94 kg. Aí comecei a sofrer, ia comprar roupa não entrava, nada fica mais bom. Algumas pessoas começaram a me cobrar para me cuidar, outras vinham me dizer que era assim mesmo, que nunca mais ia voltar ao corpo de antes”, conta Natiele Paula Paz, 26, designer gráfico.

Ela acrescenta: “Como minha prioridade era amamentar minha filha, não me importei com o que as pessoas diziam, pensava: Eu ‘estou’ gorda, não ‘sou’ gorda. Amamentei minha filha até os 2 anos e 7 meses e aí busquei ajuda de Sabyne K. Ribeiro [personal trainer]. Em menos de três meses, eliminei 24 kg, recuperei minha autoestima e o corpo de antes. E as pessoas?? Continuam falando. Não ligue para os outros, faça o que te deixa feliz. Se estar mais cheinha não te incomoda continue assim, se quer emagrecer vá à luta”.

“Ótimo assunto. Fiz tratamento para engravidar e na gestação do Vittório engordei 15 kg. Eu, como personal trainer, me sentia muito culpada, afinal, tinha 40 dias para voltar ao meu corpo, pois queria voltar a atender. Na primeira semana pós-nascimento do meu bebê escutei: ‘Viu, agora você vai ficar enorme de quadril, imagine, 15 kg a mais’. Eu sempre tive uma luta com meu quadril. Sempre acreditei que devo ser exemplo em primeiro lugar, então fui à luta, treino, redução alimentar”, comenta Sabyne K. Ribeiro.

Ela completa: “Nos 40 dias já estava talvez no peso de antes da gestação, mas com muita flacidez, que todos os meses fui buscando melhorar, com treino e reeducação alimentar. Mas, se as pessoas ‘normais’ são julgadas, imagine nós, na nossa profissão. Toda semana atendo mulheres com queixas e buscando sua melhor versão. É uma trajetória apaixonante”.

Édina Schmidt, 29, auxiliar administrativo, lamenta: “O pior de tudo isso, é que as pessoas que julgam o sobrepeso são as próprias mulheres, que deveriam incentivar umas às outras! Não procuram saber o que houve; há com doenças graves autoimunes, que dificultam o emagrecimento. Acho que se a pessoa está bem com seu corpo e mente (salvo aquelas com problemas de saúde) está tudo certo, não temos que ser magras ou gordas por que o sistema impõe, devemos nos amar em primeiro lugar!!!

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