12.5 C
Francisco Beltrão
sábado, 14 de junho de 2025

Edição 8.226

14/06/2025

Ceratocone avança no Brasil, mostra relatório

Sistema Nacional de Transplante aponta aumento no número de transplantes de córnea e de inscritos na fila. Foto: Assessoria
Sistema Nacional de Transplante aponta aumento no número de transplantes de córnea e de inscritos na fila. Foto: Assessoria

Este mês acontece a campanha Junho Violeta de combate ao ceratocone, maior causa de transplante de córnea que não para de crescer no Brasil. Relatório do SNT (Sistema Nacional de Transplante) do Ministério da Saúde mostra que até março foram realizados no País 4.048 transplantes. No período, o número de inscritos na fila totalizava 31,8 mil. No início de junho, o número de transplantes chegou a 7.145 e os inscritos na fila a 32,4 mil, sendo 46% homens e 54% mulheres.

De acordo com o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, diretor executivo do Instituto Penido Burnier, o ceratocone geralmente surge na puberdade, fragiliza as fibras de colágeno e afina a porção central da córnea, lente externa do olho que toma o formato de um cone. Resultado: a córnea envia as imagens que capta para diferentes pontos da retina, deixando a visão próxima e à distância desfocadas. Por isso, causa muita fotofobia, compromete o aprendizado, dificulta a prática de esportes, a condução de veículos e a performance no trabalho.

Inicialmente, explica, a correção pode ser feita com óculos, mas conforme o ceratocone progride é indicado o uso de lente de contato rígida para aplanar o formato da córnea e melhorar a correção refrativa. O problema, comenta, é que um levantamento realizado no hospital com 319 pacientes diagnosticados com ceratocone mostra que 1 em cada 4 não fazem acompanhamento periódico conforme a recomendação do oftalmologista.

- Publicidade -

“A alteração na curvatura da córnea pode aumentar a fricção da lente e acelerar a progressão do ceratocone. Por isso, o mais seguro é a adaptação de lente escleral que se apoia na esclera, parte branca do olho”, observa. Metade dos participantes também declararam ter doença alérgica respiratória, que agrava a coceira nos olhos. A principal recomendação para prevenir a piora da doença é não coçar os olhos. Por isso, o especialista afirma que é importante sempre carregar colírio anti-histamínico e lubrificante sem conservante, pois o conservante pode irritar os olhos.

Novidade no tratamento

A principal recomendação preventiva é não coçar os olhos para evitar a progressão da doença. “No ceratocone, o diagnóstico precoce é crucial”, pontua. Isso porque, no período de progressão, é indicado aplicar na córnea o cross-linking, uma associação de riboflavina (vitamina B2) e radiação ultravioleta, único tratamento que interrompe a progressão da doença por fortalecer as ligações cruzadas das fibras de colágeno da córnea.

A novidade mais avançada desta técnica, comenta, é o PACE, que permite ao cirurgião realizar aplicação de riboflavina, radiação ultravioleta e laser para a remodelação superficial da córnea e direcionamento ao coma, mais importante imperfeição óptica em córneas com ceratocone. O resultado, comenta, é perda mínima de tecido da córnea, que se mantém estável, melhora da visão e redução da necessidade de transplante.

Com este tratamento, é possível eliminar o risco do transplante, uso de óculos e lente de contato. A consulta oftalmológica deve ser mantida para diagnosticar qualquer alteração na visão que possa passar despercebida no início e traga complicações futuras, finaliza.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Destaques