Município foi instalado em 1º de janeiro de 1993, mas a instalação aconteceu em 26 de abril de 1992.

O município de Cruzeiro do Iguaçu foi instalado em 1º de janeiro de 1993, mas a criação aconteceu em 26 de abril de 1992. Portanto, o município está comemorando 32 anos de emancipação.
A Lei Estadual número 9.232 de 1990 foi aprovada pela Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) e sancionada pelo então governador Álvaro Dias, que começou sua vida política como vereador de Londrina, em 1969, e também foi deputado estadual e federal e senador pelo Paraná.
Na lei, que pode ser encontrada na internet, consta o seguinte memorial descritivo, em relação aos limites do município, que se desmembrou de Dois Vizinhos:
“Inicia na foz do Rio Jaracatiazinho no Rio Chopim. Desce pelo Rio Chopim até a sua foz no Rio Iguaçu, desce por este até a foz do Rio Canoas, sobe por este até a Estrada Dois Vizinhos – Ouro Verde, segue por esta até o Arroio Marrelo, desce por este até a sua foz no Rio Jaracatiazinho, desce por este até a sua foz no Rio Chopim, ponto inicial e final.”
O Secretário de Estado da Justiça, Trabalho e Ação Social da época, Odeni Villaca Mongruel, também assinou o documento de criação do município de Cruzeiro do Iguaçu.
“A ocupação definitiva do Estado do Paraná aconteceu a partir de 1930. A região do Sudoeste, que faz parte do Território do Iguaçu, e está dentro da faixa de fronteira, Terra do Governo, começou a receber seus primeiros posseiros na década de 30 a 40.
Ninguém recebeu o título de propriedade. Devido a este fato, ocorreu em 1957 o movimento social da Revolta dos Posseiros. Em Cruzeiro do Iguaçu, não há registro de incidentes, e sim apenas algumas pessoas que se deslocaram a Dois Vizinhos e a Francisco Beltrão para participar das concentrações.
Em 1936, o senhor Atanásio da Cruz Pires, morador de Barro Preto, hoje Coronel Vivida, vindo do Estado de Santa Catarina com a intenção de cultivar cana-de-açúcar e frutas cítricas, em especial laranjeiras, passou então a procurar um lugar apto para o cultivo destas culturas.
Partindo de Vista Alegre pelo Rio Chopim, numa canoa, após dias de viagem, chegou a uma região de saltos e cachoeiras, onde parou e aportou. Construiu um casebre e voltou para Barro Preto buscar sua família, considerando o local ideal para o plantio de frutas, até hoje conhecido como Laranjal do Pires, na Foz do Chopim — o acesso mais rápido e prático de comunicação e chegada ao local de mata cerrada, que futuramente passaria a chamar de Cruzeiro do Iguaçu.
Logo em seguida, pelo mesmo caminho, chegou Felipe Gaudinski, conhecido por Filipão, foragido da justiça. A região, coberta de mata, foi preciso rasgá-la para abrigar os primeiros moradores que vinham em busca de terras férteis e de um futuro promissor para a família.
O acesso foi construído aos poucos. Abriram-se picadas, carreiros, tiraram sítios e demarcaram território. Foram as novas alternativas de acesso e deslocamentos que facilitaram a chegada de novos moradores, na expectativa de conseguir um futuro melhor para a família”, comenta o professor Marcos Geraldo Witeck, que nasceu no Rio Grande do Sul, mas mora em Cruzeiro do Iguaçu há mais de 30 anos.
“Seu Atanásio se apossou de um território de cerca de 8.060 hectares, compreendidos entre a barra do Rio Chopim, descendo a barra do Rio Canoas, e subindo até o Rio Divisor. Seu “império” perfazia mais de 50% do território do município de Cruzeiro do Iguaçu.
Decorridos quatro ou cinco anos, chegou o segundo morador, o seu Felipe Gaudinski, que fugiu do Rio Grande do Sul após envolver-se numa briga. Refugiado na mata, sem saber para onde ir, escondeu-se sem ser visto dentro do taxo do alambique que estava carregado em um caminhão de mudanças que vinha para o Paraná.
Seguindo mata adentro, encontrou-se com seu Atanásio, do qual comprou um pedaço de terra, estabelecendo-se neste local, que mais tarde fora denominado “Vila do Rosário”; hoje submersa pelas águas do lago de Salto Caxias.
O terceiro morador foi o seu Graciliano Tertuliano Dias, conhecido por João Padilha. Este colocou a primeira balsa no Rio Iguaçu, cujo objetivo era efetuar a travessia de cavalos roubados, trazidos do estado de Santa Catarina por dois elementos conhecidos como Gregório Pitoco e Bernardo Caroço, e vendidos na colônia do Campo Novo, atual Quedas do Iguaçu e Laranjeiras do Sul.
Em pouco tempo, a polícia de Clevelândia tomou as devidas providências, afundando a balsa”, escreveu o professor Marcos, em um texto sobre a história do município que está disponível no site da Prefeitura de Cruzeiro do Iguaçu.