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Francisco Beltrão
terça-feira, 24 de junho de 2025

Edição 8.231

24/06/2025

KM 20

Formandos da primeira turma do ginásio se reencontram em evento marcado pela emoção

A diretora da época, Zenaide Maria Vivian, leu o discurso que fez na formatura, em 1980.


O pessoal que se reuniu no Rancho Tupy para relembrar a primeira turma do ginásio. Foto: Assessoria.

Depois de 45 anos os formandos do ensino fundamental da Escola Municipal Basílio Tiecher, do Km 20, interior de Francisco Beltrão, se reencontraram e puderam lembrar da época em que estudaram juntos. Dos 40 formandos da época, compareceram parte deles e alguns dos professores da turma.

Foi a primeira turma a iniciar o ensino fundamental – antigo ginásio da 5ª à 8ª série – nesta escola. Até então o ensino era multisseriado, ou seja, todos os alunos de diversas séries estudavam na mesma sala.

O reencontro foi marcado pela emoção e alegria. A programação começou pela manhã e se estendeu até de tarde. Começou com um culto na capela do Km 20, depois os alunos e professores foram visitar a Escola Basílio Tiecher e adentraram na salas onde estudaram, aflorando as emoções sobre o passado.

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A confraternização prosseguiu no Rancho Tupi, um anexo da residência do casal Cleide e Ivanir Tupy Prolo, ex-vereador. No rancho foi servido o almoço e depois, à tarde, teve homenagens aos professores com entrega de certificado de reconhecimento, breves discursos e apresentações pessoais.

A diretora da época, Zenaide Maria Vivian esteve no encontro e leu o discurso proferido na formatura da turma, em 1980. Depois dos pronunciamentos foram servidos pedaços do bolo, teve repente (cantoria) com João Carlos Alievi, danças e música ao vivo.

A organização foi de Ivanir Tupi Prolo e Alda Bosio, também formandos de 1980. Os preparativos começaram ainda em 2024. Os contatos foram acontecendo via grupo de Whatsapp e, aos poucos, foram sendo acrescentados os contatos dos demais colegas. Para a confraternização vieram ex-alunos e ex-professores de Beltrão, Marmeleiro, Curitiba, Lucas do Rio Verde (MT).Tupy Prolo destacou que a ideia surgiu para resgatar as histórias e os amigos, “tivemos aqui a Zenaide, foi a minha primeira professora e a primeira professora de muitos alunos aqui, e vieram professoras de longe, de perto. Esse encontro que aconteceu aqui no Km 20 foi maravilhoso. Eu fico feliz porque eu estudei nessa escola aqui, e poder rever os velhos amigos, que há muito tempo que a gente não via, há 45 anos, então fico muito feliz de resgatar essa história que é muito importante”.

Entre os participantes – ex-alunos – advogado, professor, agricultor, comerciantes, motorista de caminhão, entre outros. “Sim, isso [essas profissões] graças à mão dos mestres da época. A dificuldade era grande aqui. Na época, eu mesmo, tive que repetir duas vezes a 4ª série aqui porque não tinha a 5ª, era só na cidade. E daí, eu era pequeno, novinho, não tinha onde ficar também na época. Então, fiquei aqui, repeti e veio a 5ª série, a sexta, sétima e oitava séries. Esse foi o pontapé inicial [pro ginásio no Km 20] e a gente pôde ver pela história que contaram aqui, muitos alunos, a formação que teve. Se não tivesse esse ensino do ginásio, não teria essa formação e hoje todo mundo bem-sucedido na vida.”

Tupy conta que, em 1980, muitos dos professores estavam começando no magistério. “Eles chegaram aqui pra dar aula na 5ª série, porque foi implantado o ginásio e nem tinha transporte escolar na época. Muita gente da região aqui morava aqui no Km 20, morava nas casas do pessoal aqui. Muita gente vinha a cavalo ou de bicicleta. O pessoal, na época, não tinha essas condições de hoje, eles se esforçaram e estudaram, mas a dificuldade era grande.”

Alguns depoimentos dos participantes do encontro:

Zenaide Maria Vivian, foi diretora da escola durante oito anos: “Esse encontro; eu achei muito boa a iniciativa de quem promoveu, porque há 45 anos que a gente não se encontrava, que a gente não revia ninguém, os professores que trabalharam juntos, uns hoje moram em Mato Grosso, em Beltrão, em outras cidades. Uma previdência de Deus. E hoje nos abraçamos amigavelmente, todo mundo junto”.

Zenaide contou que os professores faziam tudo na escola. “Nós não tínhamos merendeira, não tinha zeladora, nós éramos professora, diretora, merendeira e zeladora tudo. Os alunos que ajudavam.”

Ireni Tessaro Ascari foi professora Km 20 e hoje reside em Lucas do Rio Verde (MT) retornou a Beltrão para rever familiares e amigos, mas não tinha voltado ao Km 20 depois de 1980. “Aquela época era assim, eu dava aula de geografia, história, OSPB. Eu lecionava essas matérias porque eu também estava se formando nessa área, em Beltrão, na faculdade de estudos sociais.” 

E sobre o reencontro ela falou da sua emoção. “O tempo vai mudando e a gente também muda, mas a escola ficou muito bonita ainda, mas a gente sente, mesmo assim, dá aquela saudade quando a gente lembra do pessoal, dos alunos, os próprios colegas da escola, por exemplo, as outras professoras, as diretoras, e hoje a gente está aqui pra matar a saudade. Mas olha, eu tô muito feliz hoje de estar aqui, uma festa bonita.”

Gilmar Santos Ferreira, o Suco, hoje transportador de alunos em Francisco Beltrão, morava no Km 26 na época de estudante. “Quando nós começamos aqui, era a primeira turma nossa na época do ginásio. É muita história… Tinha o pessoal que caminhava a pé, 7 a 10 quilômetros, eu mesmo vinha a cavalo pra aula.”

E sobre as lembranças da época desta turma. Uma das coisas que o pessoal gostava era das aulas de educação física na quadra de esporte. “Com o professor, pra piazada era o sonho é jogar bola. A meninada também tinha os apelidos. Aí, na época, não tinha esse bullying, tu apelidava um de toco, outro de tupi, que tinha o tupi aqui, outro disso, aquilo ninguém dava bola.”

“Cada professor tinha a matéria dele na nossa época do ginásio, mas era uma coisa diferente, o respeito vinha de casa, os professores aqui ensinavam a matemática, o português, mas a educação vinha de casa, porque na época, se tu chegasse aqui e fizesse qualquer coisa, o professor escrevia o bilhetinho e tu sabia que ia ir pro cacete quando chegasse em casa. Então, era bem diferente, a coisa era sem comentário de hoje. Hoje não tem nem comparação”, lembra Suco.

Edgar Montanha, atualmente empresário do comércio em Marmeleiro, foi morador do Km 20, juntamente com seus irmãos e pais e integrou a turma que se formou em 1980. “A gente fica muito feliz de relembrar essa história. Eu que nasci aqui no 20, fui criado aqui, daí fizemos o ginásio junto com esse pessoal e hoje, depois de 45 anos, rever os amigos é muito bom, muito importante. É um dia, assim, que tu volta pra trás e relembra velhas histórias, que hoje vários casos foram contados, e chega a dar um arrepio na gente de lembrar de tempos atrás, tempo sofrido, que não tinha nada fácil, mas que a gente tem saudade, então quer dizer ficou marcado por nós que passamos por dificuldade e tal, mas com muito prazer.”

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