“Precisamos ser um farol, uma das outras, para que a gente se fortaleça e que tenhamos sucesso em nossas vidas”, afirmou Leandre Dal Ponte.

A 16ª edição do Fórum da Mulher Empresária, sediada em Pato Branco e organizada pelo Nume (Núcleo da Mulher Empresária) da Associação Empresarial, foi um sucesso. Idealizado pela Cacispar Mulher, o fórum nasceu com o propósito de fomentar a participação da mulher no cenário de negócios e já está no calendário oficial entre os principais eventos do Sudoeste. Este ano, com a importante parceria com o projeto “Pauta Central”, promoveu um intenso debate sobre a violência contra a mulher em suas diversas formas: física, psicológica e moral.
O evento, que reuniu representantes de 23 municípios do Sudoeste, enfatizou o papel crucial das empresas no acolhimento e suporte às colaboradoras que vivenciam essa dolorosa realidade. Um dos pontos altos do fórum foi o lançamento de um selo inédito da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), referente ao combate à violência contra a mulher. A Associação Empresarial de Pato Branco tornou-se a primeira associação do Brasil a receber essa certificação, demonstrando um compromisso pioneiro com a causa. “Não precisaríamos estar falando disso no século 21, mas ainda é um tema muito importante, que precisamos debater”, ressaltou a presidente da Cacispar Mulher, empresária Rose Pedron.
Selo ABNT/Instituto Nós por Elas
O selo ABNT/Instituto Nós Por Elas representa o compromisso da empresa em adotar todos os requisitos de uma norma rigorosa para combater a violência contra a mulher. O processo de certificação começa com a assinatura do CEO ou presidente da empresa, que se compromete a implementar medidas preventivas e de combate à violência em sua corporação. A norma também exige a criação de um canal de denúncia sigiloso, com apuração e tomada de medidas efetivas em caso de constatação de violência.
No total, a norma define 11 tipos de violência contra a mulher, abrangendo desde assédio até a promoção de debates sobre violência de gênero, direitos e proteção das mulheres.
Segundo Keila Hostapiuk, presidente do Nume, a relevância do tema é inegável, uma vez que a violência de gênero, embora frequentemente associada ao ambiente doméstico, também se manifesta no mundo corporativo. “É essa pauta que a gente quer trazer. Ou você conhece alguém que sofreu violência, ou você mesmo às vezes sofreu violência”, pontuou.
Paraná não se orgulha de seus índices de violência
A Secretária da Mulher do Estado do Paraná, deputada Leandre Dal Ponte, presente no evento, destacou a importância da união e do apoio mútuo entre as mulheres. “Precisamos ser um farol, uma das outras, para que a gente se fortaleça e que tenhamos sucesso em nossas vidas”, afirmou.
A urgência do debate é ainda mais evidente diante dos dados alarmantes. Apesar de ser a quarta potência econômica do Brasil e um estado com tantos títulos nacionais e internacionais de boa governança, sustentabilidade e inovação, o Paraná ocupa a terceira posição entre os estados que mais matam mulheres no país. “Isso é fruto de uma herança cultural, da naturalização da violência contra a mulher, do preconceito, da discriminação, que a gente ainda tem que enfrentar”, lamentou o presidente da Associação Empresarial, Ivan Orlandini, ao receber a certificação.
Luiza Brunet fez a entrega do certificado
O certificado foi entregue durante o fórum pela ABNT e pelo Instituto Nós Por Elas, representado pela renomada atriz e empresária Luiza Brunet, que tem sido uma voz ativa na luta contra a violência feminina. O Instituto Nós Por Elas atua em parceria com empresas para a certificação, visando criar políticas internas que proporcionem um ambiente de proteção para as mulheres. “É assustador o fato de haver feminicídio e violência contra as mulheres. A gente já está lutando para justamente eliminar essa praga que é a violência contra a mulher”, declarou Luiza.
Além do combate à violência, o fórum também abordou questões de posicionamento e protagonismo feminino no mundo corporativo. O evento reforçou a necessidade de unir forças para erradicar a violência de gênero.