Há dois métodos contraceptivos: a castração e os anticoncepcionais.

Por Leandra Francischett – Uma gravidez inesperada e o sangramento do cio podem trazer muitos transtornos para os tutores. Para evitar esses problemas, há dois tipos de contracepção: definitivo, que é a castração, e temporário, que são os anticoncepcionais. Dr. Ronivan Gobbi, da Clinicão, explica as vantagens e os riscos de cada um.
Ele comenta que a contracepção permanente é feita através de métodos cirúrgicos. No caso das cadelas e gatas é feita a cirurgia denominada ovários pigio histerectomia, na qual são removidos ovários, trompas e útero. Nos machos, é feita a orquiectomia, que é a retirada dos testículos, e também pode ser feita a vasectomia. “Às vezes, a castração em machos tem outros fins também, como ajudar em questões comportamentais.”
A castração, por ser através de método cirúrgico, tem algum grau de risco. “São cirurgias relativamente simples, mas há necessidade de o animal ser submetido a uma anestesia geral, por isso há um risco, embora pequeno, dependendo do estado de saúde do animal. Mas, antes de passarem por processo cirúrgico, devem passar por uma consulta e avaliação clínica e alguns exames pré-anestésicos e pré-operatórios, para que haja maior segurança possível.”
Segundo dr. Ronivan, a principal vantagem é que este é um procedimento definitivo, desta forma, este paciente não precisará passar por outros procedimentos, pois não vai mais apresentar seu ciclo reprodutivo. É um método relativamente simples, com recuperação rápida, principalmente dos machos, e pode evitar outros transtornos. A castração de fêmeas, se feito até o terceiro cio, há uma probabilidade muito pequena de desenvolver tumores mamários.
Outra vantagem é o controle populacional. “Esses animais vão deixar de se reproduzir e consequentemente terão menor contato com outros animais. Diminui o risco deste animal ir para rua, evita riscos de acidentes, de traumas, de atropelamentos e até envenenamentos. Em machos, há uma influência no temperamento. Animais mais agressivos, mais agitados, se tornam mais dóceis e convivem melhor com outros animais no mesmo ambiente.”
Idade ideal
Outra vantagem é que esses animais não terão sangramentos de cio, portanto, não vão mais atrair os machos para o ambiente. Como não há convivência, isso diminui o risco de proliferação de doenças infectocontagiosas entre os próprios animais e até zoonoses.
Normalmente, a recomendação é que esses animais sejam esterilizados em idade jovem, logo antes do primeiro cio ou no máximo até o terceiro cio, no caso de fêmeas. Os machos podem estar próximo de entrar na puberdade; os machos de raças pequenas a partir do quinto mês de idade e os machos de raça grande, 9 meses de idade.
Dr. Ronivan destaca que cada animal deve ser acompanhado pelo médico veterinário, que avaliará seu desenvolvimento fisiológico e morfológico. “Mas também é possível fazer a castração em qualquer idade, isso não impede que seja feita em idades mais avançadas, desde que o animal esteja apto a passar por procedimento cirúrgico. Mas quanto mais avançada a idade, os riscos são maiores.”
Dr. Ronivan ressalta ainda que, uma vez removidos útero e ovário, essas fêmeas não estarão pré-dispostas a desenvolver tumores de ovários e infecções uterinas. Os machos também obtêm benefício neste sentido, que é evitar tumores de testículos e de próstata.
Método farmacológico
O método contraceptivo temporário é a base de hormônios, que são ministrados de forma injetável ou via oral nas gatas e cadelas. Normalmente, têm um efeito de duração de quatro a seis meses. O método contraceptivo farmacológico temporário tem o benefício do custo, em relação ao método cirúrgico, mas a longo prazo se torna mais oneroso devido aos efeitos coletarais e às consequências do uso deste hormônio.
“Este método contraceptivo está caindo em desuso, por ter efeitos colaterais, podendo trazer como consequências infecções uterinas, como endometriose, piometra e até neoplasias de útero, de ovário e de mamas. Quando administrados de forma incorreta, às vezes, se o animal estiver gestante, pode prejudicar a gestação e ocorrer a morte fetal. Este método também pode tornar o útero inapto para uma possível gestação e até mesmo causar infertilidade.”