
Por Assessoria – Todo mundo já ouviu falar em acidez do solo, assim como ouviu dizer que um solo ácido não produz satisfatoriamente. Mas o que classifica um solo ácido ? Para entender um pouco de acidez do solo é necessário compreender a escala de graduação do pH, que significa o potencial de Hidrogênios no solo. A escala de pH varia de 0 a 14, sendo que 7 é um ponto neutro. De 0 até 6,9 é classificado como ácido e de 7,1 até 14 é alcalino.
A maioria das plantas preferem índice de pH na faixa de 5,5 até 6,5. Muitos solos agrícolas cultivados possuem pH abaixo do recomendado, ou seja, menos de 5,5 e portanto são classificados como solos ácidos ou muito ácidos.
Os cultivos de soja, milho, feijão, trigo ou outras culturas tradicionais em solos muito ácidos, os resultados são geralmente ruins. Mas quais são as principais razões disso ? Vou enumerar algumas:
1. O pH indica a condição geral do solo, como a temperatura elevada do corpo humano acusa febre e indica que algo não está bem no organismo, assim também o solo de pH muito baixo mostra que é um solo com problemas;
2. Normalmente, é pequena a oferta de nutrientes em solos muito ácidos. As plantas sentem-se mal nutridas, desenvolvem-se pouco e também produzem muito pouco;
3. Em solos de pH muito baixo e presença de alumínio tóxico, as bactérias benéficas são poucas e produzem pequena atividade biológica. É um solo morto, mal estruturado, compactado e organicamente destruído. As raízes não têm capacidade de desenvolver e se aprofundar para levar nutrientes e água para as plantas;
4. A microfauna e alguns agentes conhecidos por macroorganismos como as minhocas estão praticamente ausentes em solos de pH baixo, deixando assim de contribuir com a aeração do solo, melhoria na infiltração da água e desenvolvimento das raízes;
5. O tratamento de um solo doente e fraco precisa de cuidados de profissional habilitado e qualificado, não é assunto para leigos, nem palpiteiros. Vale destacar que o ponto de partida para uma correção adequada sempre é a análise física e química do solo;
6. Originalmente, os solos na região Sudoeste do Paraná, de origem basáltica, eram de acidez elevada e precisaram de aplicações intensas de calcário. Esta prática passou a ser utilizada com maior intensidade a partir de 1970 com a mecanização da agricultura, mesmo período em que começou o uso de fertilizantes químicos nas lavouras;
7. Com as tecnologias, através do uso cada vez mais intenso de fertilizantes químicos, surpreendentemente o pH está reduzindo, exigindo assim novas atitudes. Acontece que os fertilizantes químicos possuem um índice de pH muito ácido, o que traz o nível de pH do solo também para faixas inferiores.
A aplicação de fonte de cálcio é o ponto de partida para melhorar o pH do solo e aumentar a disponibilidade de nutrientes como fósforo, potássio, cálcio, entre outros, associados a outras práticas.
Todos estes aspectos nos levam a adotar atitudes tecnológicas modernas e sustentáves que estão em plena sintonia com o conceito atual de agricultura avançada e de altos rendimentos.
Outra prática, denominada de inoculação bilógica e que consiste em adicionar microrganismos é reconhecidamente benéfica às plantas. O uso destes microrganismos no plantio, como os conhecidos Bradyrhizobium e Azospirillum vem fazendo uma grande diferença na qualidade dos solos e na produtividade das culturas.
Há ainda as bactérias do gênero Pseudomonas fluorences com alta capacidade de solubilização de fósforo remanescente do solo que contribui enormemente para a oferta deste macronutriente e para obtenção de altos resultados.
Não resta dúvida, a agricultura está sendo cada vez mais dinâmica, tecnológica e exige agricultores de mente aberta e visão de sustentabilidade e no agro de muitas oportunidades, posso dizer que adoção de tecnologias associada à assistência técnica de qualidade são componentes que fazem a grande diferença na produção.