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Francisco Beltrão
domingo, 25 de maio de 2025

Edição 8.211

24/05/2025

GENTE DO SUL

Muitas vozes para mulheres diversas

Em 5 anos foram lidas no Leia Mulheres de Beltrão 46 obras, de 19 países e de diferentes gêneros literários.


Por Ligia Tesser – “Sempre há um pedaço de mim ou da minha história na vida e na escrita de outras mulheres”, resume Mara Lúcia Fornazari Urbano da Silva, fundadora e mediadora do Leia Mulheres de Francisco Beltrão. Com essa frase, Mara expressa o sentimento envolvido em reunir mulheres para ler livros escritos por mulheres. Ela explica: “Essa talvez seja uma importante mola propulsora do Leia Mulheres. O que é meu pode ser de muitas, ou pode ser nosso”.

Ao final de 2023, ano em que o coletivo feminino completou cinco anos, houve muito a comemorar. Atualmente, o grupo reúne mais de 200 mulheres e já foram lidas 46 obras escritas por autoras de 19 países, abrangendo diferentes gêneros literários. Desde 2018, os livros lidos são escolhidos através de uma curadoria conjunta e a cada ano tangenciam um tema, que guia as discussões feitas em reuniões mensais. Após a leitura da obra, as mulheres que conseguem disponibilidade de tempo se reúnem para conversar.

Mara relata que dois participantes que estiveram presentes em apenas um encontro relataram para ela que o Leia Mulheres é um grupo de conversas e tem algo de desabafo. Ao refletir, a mediadora conclui que ambos procuravam uma análise mais profissional literária, mas que “é majoritária a ideia do coletivo como um espaço de fala, escuta e interação democrática, verticalizada e, nessa fase de existência, com fortes traços de autodeterminação”.

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No dia 29 de julho de 2023, o grupo realizou a 1ª Quermesse do Leia Mulheres de Beltrão. Foto: Divulgação Leia Mulheres.

Falando em autodeterminação, o coletivo se propõe a discutir as diretrizes tomadas em conjunto, como por exemplo através de enquetes no grupo de Whatsapp ou votações em encontros presenciais, juntamente com as leituras dos livros. Dessa forma que foi feita a seleção dos livros para 2024, por meio de um formulário on-line, no qual cada participante indicava uma obra. As oito últimas selecionadas seguiram os seguintes critérios: a obra ser escrita por uma mulher; estar disponível para venda; ter um preço e tamanho acessíveis.

A contribuição coletiva vai além das páginas literárias. “As interações no grupo de conversação são livres e abertas, isso faz com que haja uma contínua possibilidade de trocas como indicações de profissionais, reunião rápida para assuntos que algumas ou muitas tenham interesse. Já escritas para jornais, feitas de forma conjunta. Um vestido de noiva disponibilizado para uso de outra mulher, em preço acessível, talvez tenha sido a indicação mais marcante. Sempre há o que comunicar. Sempre alguém espera pela comunicação”, detalha Mara sobre como há apoio entre as mulheres em diferentes setores da vida cotidiana.

Este ano, a temática de leitura do Leia Mulheres são as quatro estações do ano e o primeiro encontro foi no mês de março, com o debate do livro “Tudo sobre o amor”, de Bell Hooks. A participante Lygia Mendes está animada com a proposição e contou para a Revista Gente do Sul: “Ano passado, cumpri meu objetivo de participar de todos os encontros. Este ano, espero poder repetir a meta e, se os encontros não caírem nos dias em que trabalho, as portas de casa estão sempre abertas para esses lindos e nutritivos encontros”.

O grupo foi formado em 2018 por por Angelica Servegnini de Wallau, Carla Lavorati, Mara Fornazari Urbano, Natalia Giongo e Raoany Ribeiro. Foi mediado até 2023 também por Mayara Yamanoe. Para saber mais e fazer parte do coletivo Leia Mulheres, acesse a página no Instagram: https://www.instagram.com/leiamulheresfbe/.

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