Igor Gielow (Folhapress) – A invasão russa da Ucrânia completa um mês em transformação, com todos os atores envolvidos buscando se posicionar ante a perspectiva de uma guerra mais prolongada, enquanto buscam elevar a pressão contra o adversário.
Quando os primeiros mísseis atingiram o território ucraniano na madrugada de 24 de fevereiro (fim da noite de 23 em Brasília), quem não estava incrédulo ao ver Vladimir Putin tornar quatro meses de suposto blefe em realidade passou a comungar da certeza ocidental acerca de uma guerra breve.
De fato, em dois dias já havia comandos russos agindo na periferia de Kiev, a capital do país que Moscou quer ver subjugada. A leitura mais comum entre analistas é de que a complexa ofensiva visava forçar uma capitulação do governo de Volodimir Zelenski sem muito sangue. Não foi o que ocorreu. Quando invadiu, a Rússia cometeu erros, alguns crassos.
Mais sanções
O Ocidente também teme que o ritmo de impasse venha a favorecer Putin. Segundo o presidente americano Joe Biden, que já está na Europa, haverá mais sanções a serem combinadas com a União Europeia e o G7, o clube dos ricos que um dia foi o G8 com a Rússia. Se chegarão aos hidrocarbonetos, é algo a ver, já que o tema divide os europeus.
A questão dos refugiados, 3,5 milhões fora 6,5 milhões deslocados internamente na Ucrânia (23% do país ao todo), também já começa a causar incômodo.