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Francisco Beltrão
segunda-feira, 30 de junho de 2025

Edição 8.235

28/06/2025

Laboratório da Unioeste de Francisco Beltrão tem fóssil de preguiça gigante com mais de 19 mil anos

Laboratório da Unioeste de Francisco Beltrão tem fóssil de preguiça gigante com mais de 19 mil anos

Região de estudo em uma cacimba em Pernambuco.

O laboratório de ensino de Geologia do campus da Unioeste de Francisco Beltrão adquiriu uma peça rara para estudo. Trata-se de um fóssil com mais de 19.400 anos, encontrado no semiárido nordestino. O professor doutor Júlio César Paisani esteve no mês de março, em Pernambuco, participando de mais uma etapa do projeto de estudo desenvolvido em cooperação entre a Unioeste e a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) que visa estudar a característica da paisagem do semiárido, qualificando relevo, solo e vegetação.

Segundo ele, em uma cacimba — depressão no terreno — foram encontrados vários fósseis do período pré-histórico. “Os paleontólogos da UFPE separaram algumas partes e tivemos a oportunidade de trazer esse pedaço. Consultamos um médico veterinário e essa peça, possivelmente, é parte da tíbia (canela) direita de uma preguiça gigante, que tinha mais ou menos 1,65 metro e chegava a pesar mais de 100 quilos”, afirma. Estes animais foram extintos da Terra há cerca de 10 mil anos. Para se ter uma ideia das dimensões da preguiça gigante, o atual bicho-preguiça pesa de quatro a seis quilos e mede aproximadamente 70 centímetros. O material, com o tempo, calcificou e está bem preservado, permitindo análises microscópicas dos acadêmicos e professores. “A região de Pernambuco é rica em fósseis, mas pela primeira vez eles foram encontrados dentro de cacimbas.”

Pedaço da tíbia (canela) de uma preguiçagigante com mais de 20 mil anos.

 

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Projeto

O projeto é financiado pela Fundação Araucária e tem como objetivo comparar dados da região Sudoeste do Paraná com o semiárido nordestino. O professor salienta que o objetivo é identificar se o Sudoeste foi, no passado, semiárido. “A pesquisa está no começo, mas é possível que há mais de 10 mil anos nossa região tenha tido características semelhantes às do Nordeste.” Conforme disse, estudos através de pólens — partículas liberadas pelas plantas — são sugestivos de que os campos de Palmas já chegaram até a região do Arie Buriti de Pato Branco. Já foram realizadas três excursões para reconhecimento do terreno e coleta de dados. Depois do levantamento de dados, as técnicas de comparação serão aplicadas com os resultados da região Sudoeste.

A presente proposta dá continuidade aos trabalhos realizados desde 2008 pelo grupo de pesquisa “Genêse e Evolução de Superfícies Geomórficas e Formações Superficiais” no planalto de Palmas/Água Doce. Com apoio do professor doutor Antônio Carlos Corrêa (UFPE), está sendo realizada uma pesquisa para verificar se processos sedimentares e de intemperismo identificados em ambiente semiárido nordestino são semelhantes ao que ocorre na área estudada.

Paisagem do semiárido onde está sendodesenvolvido o estudo comparativo. 

 

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