Entidade atua há 15 anos em Beltrão com foco no acolhimento humano de pacientes em tratamento contra o câncer. Novo projeto de construção aguarda sinal verde da Prefeitura.

A ONG Mão Amiga projeta ampliar ainda mais sua estrutura, com a construção de sete apartamentos nos fundos do terreno. O projeto, que conta com espaço acessível a cadeirantes e sala de pilates, já está pronto e aguarda liberação da Prefeitura para o início das obras. Segundo a presidente da entidade, Nelly Padilha, os recursos necessários, no valor de R$ 700 mil, já foram garantidos por meio de emendas parlamentares.
Desde 2010, a Mão Amiga atua em Francisco Beltrão oferecendo apoio a pacientes oncológicos de toda a região. Fundada com o propósito de ser um espaço de acolhimento, a entidade é hoje referência no cuidado humanizado, recebendo pacientes e familiares dos 27 municípios da 8ª Regional de Saúde, e até mesmo casos vindos de Santa Catarina. A mudança de endereço há cerca de dois anos, para uma casa em frente ao Ceonc (Hospital do Câncer), transformou o atendimento, aproximando os pacientes e permitindo que mais pessoas em tratamento possam usufruir da estrutura, sem a necessidade de deslocamentos longos.
“Estávamos muito distantes, no antigo mosteiro. Era um local bonito, mas inviável para quem depende de transporte. Os pacientes tinham medo de perder o horário da consulta e acabavam não utilizando o nosso espaço”, explicou a gestora Katia Vaz Carneiro.
Com a cessão do novo imóvel pela Prefeitura e apoio da Mitra Diocesana, a ONG passou a atender diariamente pessoas em tratamento, oferecendo refeições, abrigo e apoio emocional. “Muitos chegam aqui assustados, sozinhos. A gente dá um café, um ombro amigo, uma palavra de fé”, diz Katia.
Projeto de expansão e fortalecimento da estrutura
Atualmente, a ONG conta com dois espaços na Rua Alagoas, no Alvorada. Em frente ao Ceonc funciona a casa onde os pacientes são acolhidos com um café e encontram apoio emocional, além de abrigar a parte administrativa da entidade. Um pouco mais abaixo, na mesma rua, está localizada a segunda residência, no imóvel que anteriormente sediava a Pastoral da Criança. Cedido recentemente pela Mitra, esse espaço é utilizado como dormitório para pacientes que vêm de outras cidades realizar o tratamento.
O planejamento é construir os alojamentos e a ampliação da sede na mesma residência em frente ao Ceonc. “Precisamos desse novo espaço para garantir mais conforto e acessibilidade para quem já enfrenta uma rotina dura”, destaca Nelly.
A reunião de definição para dar andamento ao projeto deve acontecer hoje, com o prefeito Antonio Pedron.
Como doar ou ser voluntário
A ONG organiza campanhas permanentes de arrecadação, como o tradicional Chá Rosa, previsto para 9 de agosto, e mantém um bazar solidário que ajuda a custear a folha de pagamento. Também aceita doações de alimentos, roupas e valores via PIX ou boleto.
Outra forma de oferecer ajuda é fazer parte do corpo voluntariado. “Psicólogos, terapeutas e profissionais de saúde são sempre bem-vindos”, diz Katia. “Temos mais de 60 voluntários cadastrados, mas cerca de 30 atuam com regularidade. Sempre precisamos de mais mãos e corações dispostos a ajudar”, afirma Nelly.
Para quem quiser colaborar, basta entrar em contato pelas redes sociais ou diretamente na sede da ONG, em frente ao Hospital do Câncer.
Mudança melhorou qualidade de vida dos pacientes

Terezinha Salete Hubner, paciente de Pranchita, diz que a mudança da sede da ONG Mão Amiga para a frente do Ceonc fez toda a diferença no tratamento. Antes, quando a estrutura funcionava no antigo mosteiro, distante do hospital, o deslocamento exigia planejamento. Agora, o acolhimento está a poucos metros da unidade de saúde, o que facilita a rotina de quem enfrenta o câncer.
“Com certeza aqui é próximo, a gente sai dali, quer um cafezinho, está tudo prontinho, é mais quentinho, tratam bem a gente, é como se eu estivesse em casa”, relatou Terezinha. Ela destacou que, na sede anterior, o tempo de deslocamento dificultava até mesmo o acesso às refeições. “A gente não podia ir lá almoçar, porque não dava tempo. Agora não, até janela tem, pra gente olhar pra fora; tem internet, sou sempre muito bem recebida.”
Além da proximidade, Terezinha valoriza o acolhimento oferecido pela ONG, que inclui alimentação e até momentos de oração. “O almoço ali também é uma maravilha, a gente se sente como se estivesse em casa, muito bem tratado e, inclusive, com oração.”