
O mercado imobiliário de Pato Branco vislumbra um cenário mais promissor com a recente implementação da nova faixa de financiamento do programa Minha Casa, Minha Vida, voltada para famílias com renda mensal de até R$ 12 mil. A Caixa Econômica Federal, responsável por cerca de 70% das operações de crédito no setor, iniciou a oferta da modalidade que utiliza recursos de seus lucros, rendimentos do FGTS e capital próprio, como depósitos em poupança e LCI.
A expectativa de aquecimento do mercado é compartilhada por profissionais da área, como o corretor de imóveis Rafael Camine. Em entrevista, Camine avaliou o primeiro semestre de 2025 como “relativamente inferior” em comparação com anos anteriores, atribuindo o desempenho às dificuldades econômicas e às elevadas taxas de juros para financiamentos imobiliários, consideradas “fatais” em um mercado onde 70% a 80% das vendas dependem de crédito bancário.
No entanto, a introdução da chamada “faixa 4” do Minha Casa, Minha Vida, com a ampliação dos valores financiados, surge como um sopro de otimismo. “Essa modalidade vai contemplar a classe média, famílias com renda até 12 mil reais, que antes não eram atendidas com taxas de juros mais vantajosas”, explicou Camine, prevendo um impacto positivo nas vendas.
A nova faixa permite o financiamento de imóveis de até R$ 500 mil, com a possibilidade de financiar até 80% do valor, a uma taxa de juros de 10% ao ano. Para o corretor, essa taxa é considerada atrativa e “abaixo do praticado hoje pelas outras condições de financiamento”, o que deve facilitar a absorção pelo mercado comprador. Camine também ressaltou a disponibilidade de um número significativo de imóveis em Pato Branco que se enquadram nessa faixa de preço, atendendo a uma demanda reprimida por melhores condições de financiamento.
Além da criação da faixa 4, a Caixa Econômica Federal também reajustou os valores das demais faixas do Minha Casa, Minha Vida:
• Faixa 1: Renda familiar de até R$ 2.850,00 por mês, com subsídio de até 95% do valor do imóvel.
• Faixa 2: Renda familiar de R$ 2.850,01 a R$ 4,7 mil por mês, com subsídio de até R$ 55 mil e juros reduzidos.
• Faixa 3: Renda familiar de R$ 4.700,01 a R$ 8,6 mil por mês, sem subsídios, mas com condições de financiamento facilitadas.
O empresário do setor imobiliário, Clóvis Padoan Filho, também compartilhou uma visão otimista sobre as mudanças. Segundo ele, as novas faixas, taxas de juros e valores anunciados devem gerar reflexos positivos no mercado imobiliário local, impulsionando a realização de negócios e aquecendo a economia da região. “A expectativa é que a ampliação do acesso ao crédito imobiliário, especialmente para a classe média, movimente o mercado e proporcione novas oportunidades para famílias realizarem o sonho da casa própria em Pato Branco”, avaliou o empresário.