Cor, cheiro, textura e procedência: saiba identificar cortes impróprios para consumo e evitar riscos à saúde.

Ir ao açougue para escolher um bom corte de carne para o churrasco de fim de semana é uma tradição em nossa região. Mas o que observar no momento da compra para garantir um produto de qualidade e evitar o risco de servir carne estragada no almoço de domingo?
Ao colocar produtos no carrinho, o consumidor precisa estar atento a muito mais do que promoções. Em se tratando de alimentos perecíveis, como a carne, a atenção à higiene do local, às características dos alimentos e à forma de armazenamento fazem a diferença para garantir a segurança alimentar da família.
“O principal cuidado ao escolher qualquer alimento é observar se o ambiente está limpo. Mas, no caso das carnes, é ainda mais criterioso: é preciso avaliar a cor, o cheiro e a textura”, orienta a nutricionista Albertina Ramos. Ela explica que carnes frescas devem apresentar cor brilhante, sem manchas escuras ou esverdeadas. O cheiro precisa ser característico, sem odores fortes ou azedos, e a textura, firme e levemente úmida — jamais viscosa ou pegajosa.
Albertina explica que o consumo de carnes mal armazenadas ou vencidas pode trazer sérios riscos à saúde, com chance de proliferação de bactérias e microrganismos patogênicos. “Podem provocar desde quadros leves de intoxicação até infecções mais graves, com sintomas como diarreia, dor abdominal e, em casos severos, desidratação.”
Durante as compras, a ordem de seleção dos itens também pode contribuir para a segurança dos alimentos. A recomendação é começar por produtos não perecíveis e deixar os refrigerados e congelados por último. “Essa prática ajuda a manter a temperatura dos produtos sensíveis por mais tempo”, orienta Albertina.
À vácuo ou congeladas
Carnes embaladas a vácuo ou congeladas podem oferecer mais segurança, desde que o processo seja bem feito e as condições de armazenamento mantidas. Outro ponto essencial é conferir a procedência, observando o selo de inspeção e a validade. “Esses itens são fundamentais para a garantia da qualidade do produto”, afirma a nutricionista.
A embalagem a vácuo reduz o contato com o oxigênio e, por consequência, a deterioração. O congelamento, por sua vez, retarda o crescimento de microrganismos. Mas é importante verificar se há sinais na embalagem. Se ela estiver estufada, danificada ou com vazamentos, pode não ser seguro consumir.
Cuidado com outros alimentos perecíveis
Laticínios e embutidos também precisam da mesma atenção do consumidor. Mesmo dentro do prazo de validade, é necessário observar o aspecto, o cheiro e a embalagem. “Se a tampa de um iogurte estiver estufada ou o lacre violado, não consuma. A embalagem precisa estar íntegra e com informações legíveis”, diz.
Para quem quer montar uma lista de compras equilibrada, a dica da nutricionista é planejar as refeições da semana com foco em alimentos in natura ou minimamente processados. “Evite ir ao mercado com fome, organize os itens por categoria e leia os rótulos, buscando produtos com menos açúcar e gordura. Isso ajuda a ter escolhas mais saudáveis e a reduzir o desperdício.”
Depois das compras, a organização da geladeira e do freezer também exige atenção. Carnes cruas, laticínios, frutas e alimentos prontos devem ser armazenados em áreas específicas, em recipientes bem vedados e etiquetados com data. Use as gavetas para verduras e frutas, mantenha a limpeza em dia e sempre identifique os alimentos congelados para controlar a validade.