A iniciativa visa solucionar a grave superlotação da cadeia pública, erguida há mais de 50 anos para apenas 40 vagas, mas que atualmente abriga mais de 500 presos.
Pato Branco está a um passo de concretizar um projeto de longa data: a construção de uma nova unidade prisional com capacidade para mais de 500 detentos. A iniciativa visa solucionar a grave superlotação da cadeia pública local, erguida há mais de 50 anos para apenas 40 vagas, mas que atualmente abriga uma média superior a 500 presos, chegando a ultrapassar os 600.
Situada na movimentada Avenida Brasil, dentro do complexo de segurança da 5ª Subdivisão Policial (SDP), a atual cadeia é um problema crônico para a cidade e para o Departamento de Polícia Penal (Depen). A precariedade da estrutura e a superlotação comprometem seriamente as condições de ressocialização dos detentos.
Para enfrentar o desafio, líderes políticos e empresariais de Pato Branco se uniram em uma audiência crucial com o prefeito Géri Dutra (PL). Estiveram presentes Antonio Marcos Andrade, coordenador regional do Depen PR, e seus coordenadores locais, além de representantes do Rotary, Ivan Orlandini (presidente da Associação Empresarial), membros do Conselho Comunitário de Segurança, do Irdes e da subseção local da OAB.
Apoio governamental e novo modelo de custódia
Antonio Marcos Andrade ressaltou a importância da demanda e o respaldo recebido. “É uma demanda muito importante, mas é uma demanda que nós temos todo o respaldo, tanto da nossa Secretaria de Polícia Penal, nosso Departamento de Polícia Penal, nossa Secretaria de Segurança, que está, através do Coronel Hudson, dando todo o suporte. E do governador aí, que deu carta branca para que o nosso secretário fizesse esses contatos”, afirmou Antonio Marcos.
Ele destacou que o objetivo é “adequar melhor a nossa unidade de cadeia pública que temos aqui em Pato Branco, no meio da cidade. Temos problemas pontuais ali que precisamos resolver. São demandas de longo tempo, mas eu creio que agora, devido a esse suporte, a essa atenção que o nosso governador está estendendo ao Departamento de Polícia Penal, nós poderíamos aí resolver esse problema.”
A proposta é construir uma Casa de Custódia, um modelo mais moderno que permite a viabilização de convênios com empresas para trabalho interno e externo dos presos, à semelhança do que já ocorre em outras unidades, como em Francisco Beltrão. A ideia é atenuar os problemas do sistema prisional e oferecer oportunidades de ressocialização.
Parceria e localização
A construção da nova unidade é vista como uma questão emergencial. O Depen já possui o aval do governador Ratinho Júnior (PSD) para buscar a viabilidade do projeto junto aos municípios. Pato Branco, juntamente com Vitorino e Francisco Beltrão (onde já há uma unidade garantida e outra em fase de implantação), está na rota para receber uma dessas novas estruturas.
A nova Casa de Custódia em Pato Branco terá capacidade para 586 vagas. A contrapartida do município será a disponibilização do terreno, enquanto as demais questões e formalidades serão de responsabilidade da Secretaria de Segurança e do Governo do Estado. O recurso para a construção já estaria assegurado, fazendo parte de um pacote de nove novas unidades a serem construídas no Paraná, com pelo menos duas na região Sudoeste.
Ivan Orlandini, presidente da Associação Empresarial de Pato Branco, enfatizou a urgência da situação. “Há muito tempo já esse assunto é palco. Eu acho que tem gente de cabelo branco, como eu, que desde menino ouve falar desse assunto”, disse Orlandini.
Ele reforçou a importância do modelo de Casa de Custódia, que permitiria aos detentos sair para prestar serviço a indústrias, auxiliando na demanda por mão de obra. Orlandini destacou a necessidade de um local estratégico e de uma parceria público-privada para o sucesso do projeto, garantindo o apoio da Associação Empresarial. A comissão interinstitucional formada, que inclui Rotary, OAB e outros setores da sociedade e segurança, busca um consenso para dar uma solução definitiva ao problema.
Prefeito Géri está otimista
O prefeito Géri Dutra reconheceu a situação como um “problema histórico do Pato Branco” e a “dura realidade da insegurança naquela região, dos problemas lá de fugas”. Ele expressou satisfação em receber as lideranças e o diretor do Depen, ressaltando a soma de esforços para resolver a questão.
Géri enfatizou a abertura do canal de comunicação com o governador, que tem demonstrado interesse em resolver o problema regional de superlotação das cadeias públicas.
“Estive na segunda-feira lá com ele e ele tem sempre nos dado muita atenção, tem destinado muitos recursos para o Pato Branco e tenho convicção também que, a partir do momento que nós possamos fazer todos os estudos, levantarmos aí as necessidades e chegando com esse conjunto de instituições aí, juntas lá para apresentar a proposta que nós vamos ser muito bem recebidos e que ele vai nos ajudar a encontrar essa solução para esse problema”, afirmou o prefeito.
A expectativa é de “boas-novas em curtos dias”, fruto da “excelente grupo de trabalho” que se formou, com todas as condições de trazer uma solução concreta em breve.
O Depen já possui o aval do governador Ratinho Júnior para buscar a viabilidade do projeto junto aos municípios de Pato Branco Vitorino e Francisco Beltrão, onde já há uma unidade garantida e outra em fase de implantação.
