Presidente da Acefb defende atração de empresas de tecnologia e serviços especializados.

Pato Branco ultrapassou Francisco Beltrão no Índice de Potencial de Consumo (IPC Maps) 2025. Com um total estimado de R$ 4,98 bilhões para o consumo das famílias, o município alcançou a 23ª colocação no Paraná. Francisco Beltrão aparece logo atrás, na 24ª posição, com R$ 4,97 bilhões. Nos últimos dez anos, esta é apenas a segunda vez que Pato Branco supera Francisco Beltrão no ranking — a outra foi em 2017.
No comparativo per capita anual, Pato Branco também lidera: R$ 50.966,06 na área urbana e R$ 45.240,85 na rural. Em Francisco Beltrão, os valores são de R$ 49.251,06 e R$ 42.875,81, respectivamente.
Segundo Marcos Pazzini, sócio da IPC Marketing Editora e responsável pela pesquisa, Francisco Beltrão apresenta um ritmo de crescimento abaixo da média nacional e estadual. A projeção de aumento real no consumo entre 2024 e 2025 é de apenas 0,54%, frente a 2,43% no Paraná e 3,01% no Brasil. Outro dado relevante é o crescimento zero no número de empresas no município, enquanto a média paranaense foi de 4,3% e a nacional, de 4,2%.
Dois Vizinhos também ficou abaixo da média no crescimento do consumo (1,55%), mas se destacou no número de empresas, com alta de 4,9%. Já Pato Branco registrou crescimento de 3,22% no potencial de consumo e alta de 4,5% no número de empresas, superando as médias estadual e nacional.
Habitação lidera o consumo das famílias
Nos três maiores municípios do Sudoeste do Paraná, os gastos com habitação seguem liderando as despesas das famílias. De acordo com os dados do IPC Maps 2025, a categoria — que engloba despesas com aluguel de moradia, imposto predial, condomínio, água e esgoto, energia elétrica, telefone fixo, telefone celular, tv por assinatura, gás encanado, taxa de lixo, serviços domésticos, gás de botijão, lenha, dedetização, carvão vegetal, consertos de aparelhos domésticos, consertos de móveis e outros. — é a principal responsável pela destinação da renda familiar em Pato Branco, Francisco Beltrão e Dois Vizinhos.
Pato Branco lidera a lista, com R$ 1.088.888.753 estimados para consumo em habitação. Na sequência, aparece Francisco Beltrão, com R$ 1.018.383.005. Em Dois Vizinhos, os gastos nessa categoria somam R$ 444.925.859.
Gastos com veículos próprios
A segunda maior categoria de consumo nas três principais cidades do Sudoeste é com veículos próprios. O montante inclui despesas com combustíveis (gasolina e álcool), manutenção, estacionamentos, óleos, acessórios, peças, pneus, câmaras de ar, lubrificações, lavagens e também a aquisição de novos veículos.
Pato Branco lidera nessa categoria, com R$ 702.015.834. Francisco Beltrão aparece em seguida, com R$ 656.528.240, e Dois Vizinhos totaliza R$ 283.743.024.

Análise
O presidente da Associação Empresarial de Francisco Beltrão (Acefb), Rafael Menegotto, avalia que o resultado do estudo evidencia dois aspectos principais. “Um deles é que Beltrão tem uma população rural maior, e o consumo nessa área é menor do que na urbana. O outro é a renda per capita, que em Pato Branco é significativamente mais alta, o que naturalmente resulta em maior consumo”, afirma.
Menegotto destaca ainda que o momento é de reflexão e de ação. “Precisamos pensar em como desenvolver empresas com alto valor agregado, como indústrias de tecnologia, inovação, serviços especializados, saúde e finanças. Isso eleva a renda da população e, por consequência, o consumo.” Ele também ressalta a importância do trabalho conjunto entre entidades como o Condef, o setor público e a sociedade civil para atrair investimentos e melhorar a infraestrutura logística do município.
Cenário nacional
As famílias brasileiras devem movimentar cerca de R$ 8,2 trilhões em 2025, com crescimento real estimado de 3,01%, conforme o IPC Maps, que há mais de 30 anos realiza esse levantamento com base em dados oficiais.