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segunda-feira, 23 de junho de 2025

Edição 8.230

21/06/2025

PODER DE CONSUMO

Reposição salarial acima da inflação impulsiona consumo

José Maria Ramos e Daniel Rosanelli. Foto: Assessoria.

JdeB – O consumo nos lares brasileiros registrou alta de 2,22% em janeiro deste ano, na comparação com o mesmo período de 2024. Se considerar dezembro do ano passado, houve uma queda de 11,51%, conforme dados da Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Contudo, dezembro já havia registrado crescimento de 3,72% frente ao mesmo mês de 2023.

Para o economista José Maria Ramos, professor do curso de Ciências Econômicas da Unioeste, o cenário econômico do país tem favorecido o consumo, com projeção de crescimento do PIB em 3,8% para 2024 e taxa de desemprego em 6,6%, menor desde 2012, segundo o IBGE. Além disso, nos últimos anos, houve ganhos reais no salário mínimo (acima da inflação), fator que impacta diretamente o poder de compra da população. “A soma destas variáveis, principalmente queda do desemprego e valorização salarial associada às possibilidades de oferta –— em que pese os juros elevados —, estimulam o consumo das famílias”, avalia. Ele também destaca que a queda no consumo entre dezembro e janeiro é um movimento esperado, já que, no fim do ano, as famílias costumam aumentar os gastos com presentes e comemorações em datas como o Natal e Ano Novo, e também impulsionadas pelo pagamento do 13º salário. “E em janeiro é hora de preparar o pagamento de outras despesas como IPVA, material escolar, mas sem o recebimento de renda extra.”

Ele reforça que a redução do desemprego, melhoria da renda e expansão do crédito promovem o crescimento do consumo das famílias. “O consumo das famílias é o ‘motor’ do crescimento econômico, pois representa 63% da composição do PIB, conforme aponta dados do IBGE em relação ao do terceiro trimestre de 2024.”

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O presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio de Francisco Beltrão e Região, Daniel Rosanelli, reforça que o desempenho do setor comercial está diretamente ligado à renda da população. “Em 2024, o comércio teve uma alta de 4,7% nas vendas, o melhor resultado desde 2012. Isso reflete um maior poder de compra, impulsionado pela política de valorização do salário mínimo com ganho real”, afirma.

Segundo ele, essa é uma das principais lutas dos sindicatos. A prática constante é buscar garantir o ganho real para os trabalhadores, algo que está presente em todas as convenções. Ele explica que, nos últimos dois anos, esse ganho real foi de pelo menos 1,5% a 1,7% ao ano. Esse aumento real nos salários resulta em mais dinheiro circulando, o que, por sua vez, favorece o comércio e as empresas, permitindo que vendam mais. Portanto, tanto para os trabalhadores quanto para as empresas, é fundamental que haja ganho real nos salários.

O ganho real nos salários é apontado como a melhor forma de organizar a vida dos trabalhadores, permitindo o acesso a bens de consumo essenciais e melhorando diversas áreas da vida, além da esfera do trabalho. Segundo Rosanelli, o aumento real nos salários vai além de garantir a subsistência, como alimentação e moradia, e promove o acesso a lazer, saúde, educação, segurança e cultura.

Esse acréscimo na renda proporciona uma maior capacidade de consumo em diversas dimensões da vida, ajudando os trabalhadores a investirem em aspectos fundamentais do cotidiano, além das despesas básicas. “A importância do ganho real, portanto, vai muito além do simples reajuste salarial, sendo essencial para garantir uma vida mais digna e equilibrada.”

Vida melhor

Sandro Ribeiro. Foto: Assessoria.

Sandro Ribeiro, 51 anos, porteiro de prédio, compartilhou que, nos últimos dois anos, conseguiu melhorar sua qualidade de vida e aumentar o consumo em sua residência. Antes, a família possuía apenas um carro, um Fiat Uno, mas agora conseguiu comprar um segundo veículo, um GM Corsa. “Estamos conseguindo se manter bem, comendo de forma saudável. Todo final de semana, fazemos um churrasquinho, costelinha ou bife grelhado. Meu salário aumentou, da mulher também”, conta. Ele e a esposa, que trabalha em uma lavanderia, sustentam a casa com seus respectivos salários. “O preço no mercado está melhorando, e acredito que continuará ainda melhor”, conclui.

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