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Francisco Beltrão
segunda-feira, 09 de junho de 2025

Edição 8.221

07/06/2025

ELEIÇÃO DE 2026 NO RADAR

Requião Filho confirma: seu sonho é vencer o governo em 2026


Ele também faz questão de frisar que é contra a polarização que envolve Lula e Bolsonaro, considerando essa briga um atraso para o país.


Requião Filho: “Eu busco fugir da polarização Lula e Bolsonaro,  acho que eles se retroalimentam, um só existe por causa do outro. E está na hora da gente tocar isso para frente”. Foto: Badger Vicari
Requião Filho: “Eu busco fugir da polarização Lula e Bolsonaro, acho que eles se retroalimentam, um só existe por causa do outro. E está na hora da gente tocar isso para frente”. Foto: Badger Vicari

Aos 45 anos, o deputado estadual Requião Filho está sem partido, no momento depois de uns anos no PT e antes no MDB. Agora, ele tem convite oficial do PDT e tudo está bem encaminhado nesse sentido. “Mas não temos pressa”, disse, nessa entrevista exclusiva para o Jornal de Beltrão. Ele também comentou que o sonho é concorrer e vencer a disputa pelo governo do Paraná em 2026 e se disse surpreso com seu percentual em pesquisas recentes, já que não estava em campanha. Por fim, criticou a polarização dos últimos anos no Brasil entre o presidente Lula e o ex-presidente Bolsonaro.

Como está a sua situação partidária?

Requião Filho – Estou sem partido. Oficialmente sem partido. Saí do PT com autorização judicial, com tudo o que eu precisava para manter o mandato; era insustentável ficar no partido. As divergências eram muito grandes com a cúpula, principalmente com Brasília. E hoje eu tenho um convite sólido para a filiação no PDT do Paraná. Não há pressa, mas está tudo encaminhado.

Como o senhor vê seu nome aparecendo para a corrida estadual do ano que vem?

De uma forma natural. Eu sequer tinha me lançado. Mas me colocaram em uma pesquisa e fico em segundo lugar, contra todos os já pré-lançados, e candidatos que estão aí com dinheiro, máquina, fazendo campanha já há algum tempo, muito bem calçados. E eu já saio na frente de todos eles, então é uma candidatura natural. Eu não sou nem o candidato do Palácio Iguaçu, nem o candidato do Palácio do Planalto. Muito menos o candidato dos conchavos políticos.

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Isso dá uma animada?

Sim, dá um orgulho. Porque tem um tanto da nossa marca, da marca Requião, tem um tanto do nosso trabalho, do meu trabalho na Assembleia como deputado. E essa independência, essa vontade de querer discutir política. Porque todos os outros não dão opinião sobre nada. Eles só são: “Eu sou da direita, sou da esquerda. Sou da direita, eu sou da esquerda”. Tá, e o que vocês têm para falar sobre tributação, sobre imposto? E o que nós vamos fazer com a educação?

Independentemente de viabilizar essa candidatura majoritária para o ano que vem ou não. É um sonho ter um cargo executivo?

O meu sonho é ganhar a eleição de governador em 2026 e assumir o governo em 2027.

E se o senhor realmente viabilizar a sua candidatura ao governo do Estado no ano que vem, é muito importante ou nada importante ter uma aliança com algum candidato a presidente?

Eu busco fugir da polarização Lula e Bolsonaro. Acho que eles se retroalimentam, um só existe por causa do outro. E está na hora da gente tocar isso para frente. Vejo com muito cuidado, porque sou a fim de votar em alguém porque ele é a favor de alguma coisa, não porque ele é contra o outro. Então, o Bolsonaro não perdeu, o Lula não ganhou do Bolsonaro, o Bolsonaro perdeu do Lula. Na outra não foi o Bolsonaro que ganhou do Lula, foi o Lula que perdeu do Bolsonaro. Ninguém está construindo alguma coisa. A democracia do Brasil está se tornando o voto da desconstrução. Eu não voto em você por causa do seu partido, e ninguém avalia por que eu deveria votar em você. Qual é a proposta boa, qual é a construção? Só na desconstrução. E daí não tem como o Brasil ir para frente.

Então, não ter um candidato para presidente não atrapalharia a sua candidatura no Estado.

Eu, estando no PDT, acho que o partido deveria ter candidato a presidente; e digo isso como diria se eu estivesse no MDB, como se estivesse no Podemos, no PSDB, no Solidariedade. Partido tem que ter candidato. Fora da polarização. Eu acho que o PT tem que ter um candidato no PT. Eu acho que o PL do Bolsonaro tem que ter um candidato no PL do Bolsonaro. Agora, todos os outros trinta e tantos partidos deveriam ter também candidato. Se não, por que ter partido? Se não, é aluguel de tempo de televisão e busca de fundo partidário.

Qual é o seu sonho, qual é a sua esperança para o ano que vem no cenário nacional?

Alguém a favor de ter coragem de diminuir o imposto no Brasil, principalmente para o pequeno, para o micro e para o médio. Por que eu digo isso? Os grandes têm isenções de impostos, então quem acaba pagando a conta no Brasil é sempre o pequeno e o médio. Veja só, o pequeno agricultor, o médio agricultor está lá se matando para conseguir insumo, para pagar um tratorzinho, para pagar um empréstimo no Banco do Brasil, pagando imposto, pagando carteira assinada, pagando tudo. O grande não paga nada. Então eu queria ver alguém preocupado com isso. Eu queria ver um presidente da República preocupado de verdade, um governador preocupado de verdade com a educação. Não existe futuro a médio e longo prazo sem educação.

Nós sabemos que o Brasil tem uma grande dívida, mais de 700 bilhões de reais por ano de juros. Por que ninguém fala em economizar um pouco e diminuir essa dívida?

Porque quando a gente fala disso, as pessoas falam que não entendem, não querem saber, que política é chata. Nós temos uma dívida interna absurda. Os bancos ganham, o governo fica endividado e o coitado do brasileiro médio, trabalhador, pequeno empresário, se arrebenta com juros altíssimos, sem acesso ao crédito. É isso que eu digo, não há mais um governo que pense no povo. O governo do Brasil, hoje e ontem, tinha e tem dono, e são os bancos.

E a falta mão de obra? Está certa essa política de dar o peixe em vez de ensinar a pescar?

Eu acho que todo o problema social tinha que ter começo, meio e fim. A gente precisa da educação para qualificar. Porque senão nós vamos ter cargos abertos e não vamos ter pessoas capazes. A gente precisa investir em educação, porque, a curto prazo, vamos bombar a construção civil. Você contrata o cara para virar uma massa, você contrata o cara para pintar uma parede. Só que aquilo é muito curto e a médio e longo prazo não se sustenta, então, se não tiver educação, não resolve o problema.

O programa social não tem fim.

Tem que ter um fim, tem que ter uma obrigação. Obrigação de estar na escola, obrigação de profissionalização, cursos profissionalizantes. A gente tem que atrelar o benefício ao caminho do cara sair, é uma tarefa. Não adianta a gente dizer que a gente está dando peixe e não está ensinando o cara a pescar, se a gente não o deixar chegar no lago. Então, a gente tem que pensar esse caminho, tem que ter começo, meio e fim. Mas na política de hoje, tanto no Paraná quanto no Brasil, todo o programa, toda a obra, tudo é feito pensando na rede social, no like imediato. Não tem planejamento, então a gente precisa rever esse tipo de política pública no Brasil.

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