
Igor Gielow (Folhapress) – A Rússia e a Ucrânia concordaram em estabelecer os chamados corredores humanitários em regiões sob fogo de Moscou na invasão que completou uma semana ontem. O acerto, ainda sem detalhes claros, foi anunciado pelas delegações russa e ucranianas que se reuniram perto na Belarus, perto da fronteira com a Ucrânia, ao longo da tarde e início da noite (manhã e tarde em Brasília).
Pouco antes do anúncio, o presidente Vladimir Putin havia dito em um pronunciamento em rede de TV que tais corredores já estavam garantidos pelos militares russos. Na fala, ele manteve a intenção de ir até o fim em sua guerra, que disse estar indo “de acordo com o plano” apesar dos aparentes problemas logísticos e resistência ucraniana.
Corredores humanitários ou zonas de segurança implicam cessar-fogo, algo que, como foi visto na guerra da Bósnia nos anos 1990, é um instrumento bastante precário. Além disso, eles podem ser utilizados para desocupar áreas de civis potencialmente hostis aos invasores, sem garantias imediatas de que um dia voltarão para suas casas.
Uma variante da tática foi vista na guerra civil síria, quando Putin interveio para salvar a ditadura aliada de Bashar al-Assad. Ali, os russos montaram um destrutivo cerco a Aleppo, considerado criminoso por muitos, para desentocar radicais islâmicos.