O Pix, o sistema de pagamentos instantâneos desenvolvido pelo Banco Central, é uma verdadeira febre no Brasil, e sua popularidade tem atingido níveis impressionantes. Há pouco tempo, a alternativa de pagamento bateu mais uma vez o recorde de transferências diárias, alcançando 73,2 milhões de operações realizadas em 24h. Com isso, recentemente foi divulgado um estudo que demonstra que o Pix está ganhando cada vez mais espaço em compras no e-commerce, categoria que atualmente é comandada pelo cartão de crédito.
A pesquisa foi realizada pela consultoria Gmattos, e em sua edição de maio aponta que o Pix está cada vez mais próximo em termos de disponibilidade e aceitação de outras alternativas de pagamento tradicionais, como o boleto e o cartão de crédito.
A título de comparação, em janeiro do ano passado, quando o estudo foi realizado pela primeira vez, o Pix ocupava o quinto lugar no ranking, e era aceito por 16,9% dos comércios virtuais no país. Contudo, na última edição, realizada em maio deste ano, a ferramenta alcançou uma aceitação de 74,6%, quatro vezes mais do que o observado no início de 2021.
Enquanto isso, em 2021, o boleto era aceito em 74,6% dos estabelecimentos, e teve um leve avanço até maio de 2022, alcançando 76,3%. Já na liderança esmagadora dos meios de pagamento no e-commerce nacional está o cartão de crédito, com 98,3% de aceitação. Sabendo disso, atualmente no país há até mesmo plataformas de apostas que aceitam cartão de crédito, já que a alternativa de pagamento é a queridinha do brasileiro. Com isso, essas operadoras têm sido muito bem recebidas pelo público, principalmente por também oferecerem bônus e promoções atrativas, que fazem o dinheiro do usuário render muito mais, permitindo que ele realize uma quantidade maior de apostas e aumente suas chances de acerto.
59 lojas avaliadas
O estudo realizado pela Gmattos analisou 59 lojas online, de vários segmentos, que juntas equivalem a 85% do comércio eletrônico atuante no Brasil. Vale lembrar que o Pix foi lançado somente em novembro de 2020, ou seja, não completou nem dois anos de atividade. Por conta disso, é normal que uma parcela das lojas digitais ainda não o estejam ofertando como forma de pagamento. Contudo, o crescimento constante de sua popularidade em pouco mais de um ano demonstra que a ferramenta já se consolidou entre os brasileiros.
De acordo com a consultoria, é possível que o Pix alcance 91% de aceitação ao longo do tempo. Sendo que o estudo não considerou as novas funcionalidades previstas para a ferramenta, a exemplo do Pix Garantido, que irá permitir o parcelamento de quantias, mas que só entrará em funcionamento no ano que vem.
Além disso, hoje algumas instituições, principalmente as fintechs, já passaram a disponibilizar aos clientes o chamado Pix Parcelado, que é uma alternativa de crédito pessoal, que permite aos cidadãos pagar por um item através do Pix e parcelar o valor junto ao seu banco. No entanto, mesmo com o crescimento exponencial apresentado nos últimos tempos, a Gmattos afirma que ainda não é possível afirmar se algum dia a ferramenta do Banco Central será mais popular que o cartão de crédito.
No início deste mês, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que a criação do método de pagamento instantâneo custou US$ 4 milhões (menos de R$ 20 milhões na cotação atual) e que ainda levará cerca de dois a três anos para a ferramenta atingir seu potencial máximo. Contudo, o projeto pode ser visto como um sucesso, já que tornou as transações financeiras muito mais baratas e rápidas no Brasil, fazendo ainda que surgissem novas alternativas de negócios.