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Francisco Beltrão
sábado, 21 de junho de 2025

Edição 8.230

21/06/2025

A garota do Tinder

Hoje, só fica sozinha quem quer? Nem tanto, mas sem dúvida as ferramentas de relacionamento ampliaram o leque de possibilidades para todos que buscam mergulhar em uma aventura — ou compromisso. Vou contar a experiência real de uma grande amiga que resolveu se aventurar no Tinder.

Linda, comunicativa, bem estabelecida profissionalmente – “faria bem para sua autoestima”, confessou. Lá foi ela, eu acompanhando tudo. Contava quantos conhecidos encontrava no aplicativo, os “likes” que deu e quantos recebeu e se o “match” acontecia. Logo marcou um encontro. Saiu para jantar com um rapaz, que ela chamava de “porteiro” — definição para aqueles homens que dizem: “bom dia/ boa tarde/boa noite” e a conversa não flui. Saíram várias vezes e ele fez planos de levá-la conhecer sua família, de viagens a dois, de uma degustação de cachaças… porém sumiu, evaporou do dia para a noite.

Em seguida, um insistente rapaz queria conhecê-la, ela postergou o encontro por várias semanas, achando que o “porteiro” voltaria. Nada aconteceu. Esse novo contato levou-a para jantar em uma cidade vizinha. Ela se sentiu lisonjeada, ele foi muito gentil e galanteador. Porém, ela ficou desconfiada do comportamento do moço. Conversando com seu irmão, descobriu que ele praticava “descaminho de vinhos” e que já havia ficado sob custódia da polícia em decorrência da atividade.

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O “moço dos vinhos” era passado e ela marcou um novo encontro, em um barzinho, com outro rapaz, o “terceiro like” — sua prima acompanhou o encontro. Chegando lá, deu início à conversa com o rapaz que ela achava ser o do Tinder. Mas não era. Descobriu um tempo depois que havia se confundido com as características e não era o encontro marcado. Esse rapaz estava acompanhando de alguns amigos e logo todos se enturmaram e fizeram um grupo de whatsApp, marcaram vários churrascos e encontros.

Aquele moço do encontro no bar, que ela se interessou, foi ficando distante, e um outro rapaz da turma começou a se fazer presente. Eles começaram a conversar no privado, ele a convidou para dar uma volta, lhe fez companhia em vários momentos. O encantamento foi crescendo. Ele a levou para conhecer sua família, trocaram presentes no Natal e ela gosta da presença e o zelo que ele tem com ela. Alguns meses se passaram desde aquele primeiro encontro no bar, e eles estão comemorando aniversário de namoro. Ele já declarou que a ama, sim, isso mesmo. Ela anda suspirando e muito ocupada com os compromissos do casal.

Eu, confidente e torcedora da felicidade do casal, me pego a pensar… Hoje é corriqueiro usar a tecnologia para encontrar a cara-metade, seja por uma noite ou pra vida. Mas uma coisa é certa: mergulhar nesse universo implica em se abrir para experiências boas, mas exige saber lidar com as não tão positivas. Pode fazer bem para a autoestima de alguns, mas, para outros, pode fazer mal. Da mesma forma que uma pessoa curte, ela bloqueia você. Os encontros físicos e de alma ainda mostram que precisamos do calor humano, do abraço e do coração batendo forte para nos motivar. E, sobre a minha amiga querida, sim, ela desinstalou o Tinder — creio eu, definitivamente!

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