5.9 C
Francisco Beltrão
quinta-feira, 29 de maio de 2025

Edição 8.214

29/05/2025

A tradição do chimarrão

É um ritual diário de importância e valor afetivo que só os apreciadores compreendem.

O chimarrão une as pessoas onde quer que elas estejam e independentemente da forma que é degustado. Pode ser na família, trabalho ou numa roda de amigos, o convite para tomar um “chima” é uma proposta para dar uma parada no corre-corre da vida e apreciar uma boa prosa. Quando consumido sozinho, considero que é ali no silêncio do mate que está o aconchego para a alma.

- Publicidade -

A tradição do chimarrão está associada aos indígenas Guaranis que habitavam parte de terras paraguaias e do Paraná. A erva-mate era chamada de caiguá e a infusão era utilizada para revigorar o organismo e manter a disposição para as suas tarefas diárias. Foi na metade do século XVI, que os colonizadores espanhóis tiveram contato com os indígenas e, ao observarem os efeitos positivos que a infusão promovia, também quiseram usufruir do efeito estimulante e outros benefícios do chá, acontecendo a propagação do consumo. O chimarrão passou a ser considerado um hábito cultural da região e se expandiu por todo o Sul do Brasil e para alguns países vizinhos, como Uruguai, Paraguai e Argentina.

Matear é muito mais que um patrimônio cultural aqui no Sul. A cuia se tornou um objeto sagrado nos lares e o ato de beber a infusão é um ritual diário de importância e valor afetivo que somente os apreciadores conseguem compreender. Onde houver uma cuia, o chimarrão une as pessoas. Na roda de chimarrão da família, ele é a oportunidade diária de reunir todos para saborearem um bom mate, e assim, falar e escutar um ao outro e curtir a proximidade de quem gostamos ter por perto. É um momento de integração, união e convivência entre todas as idades.

Na minha família, essa tradição é mantida a muitas gerações, lembro do meu pai mateando logo cedo, de manhãzinha, antes de ir para o trabalho. Hoje meu sobrinho Joaquim, faz parte desse ritual. Na roda de amigos é sinônimo de hospitalidade e amizade, une pessoas que já são conhecidas, além de ser um convite para que outras se aproximem.

De uma maneira muito simples, em qualquer lugar que tenha cuia, bomba, uma boa erva-mate e a possibilidade de esquentar a água, é o momento para reunir pessoas de todas as classes, gostos e estilos para conversar, fortalecer os laços e recarregar energias. Afinal, o chimarrão é chamado, carinhosamente, do amargo mais doce do mundo!

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Destaques