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Francisco Beltrão
domingo, 25 de maio de 2025

Edição 8.211

24/05/2025

Álbum da Copa mexe com as emoções

Nós, brasileiros, temos poucos momentos em que a sociedade se une em torno de alguma coisa e a Copa do Mundo faz aqui esse movimento de união. E isto é extremamente valioso, tanto que a maioria das pessoas vive intensamente esse momento torcendo por algo em comum. A paixão de grande parte dos brasileiros por futebol é indiscutível. A Copa do Mundo será entre novembro e dezembro.

Porém, o álbum de figurinhas anda fazendo o maior sucesso e virou febre. Eu mesma, semana passada, estava procurando por figurinhas para o álbum do meu sobrinho Joaquim – já aviso que fiz um pequeno estoque para “garantir” a minha cota semanal.

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 Mas, por que gostamos de colecionar? Primeiramente para satisfazer a própria realização; depois o sucesso ao atingir metas de consumo (que pode ser recompensador); o pertencimento social (que traz sensação de segurança ou status) e ainda tem as memórias sociais ou afetivas. A ideia de poder estar mais próximo dos amigos, e até de pessoas desconhecidas, mas que dividem o mesmo amor pelo futebol, é muito positiva.

Sábado estava num supermercado e fiquei admirada com as proporções que a “mania” vem tomando, além da estrutura física (mesas e cadeiras) para os colecionadores, o local também disponibiliza lanche para aqueles que estavam efetuando a troca das figurinhas. O ato de colecionar as figurinhas e o álbum da Copa do Mundo vai muito além da paixão pelo futebol. Gera momentos que ficam guardados na memória. Conhecemos pessoas novas e interagimos com elas, o que é valioso para todos nós. Em um mundo cada vez mais tecnológico, o resgate de alguns costumes acaba sendo de bom grado. Isso transcende gerações, o que justifica o fato de adultos e crianças manterem a tradição do álbum de figurinhas.

Joaquim e André Molina.

Para os adultos, a sensação é nostálgica, e para as crianças é algo que estimula a socialização face a face neste mundo cada vez mais digital. Afinal, na maioria das vezes, a criança repete na vida adulta gestos que aprendeu na infância. Aprender a trocar e doar, fazer novas amizades, negociar, conviver com frustração e, principalmente, ter paciência, são coisas que a Geração Z tem que lidar até encontrar todas as figurinhas. 

E o lado financeiro? No Brasil, para completar todo o álbum são necessários, no mínimo, 134 pacotes, ou seja, 670 figurinhas. Considerando o valor de R$ 4,00, o brasileiro precisa desembolsar R$ 536,00, somado o álbum de R$ 12,00. A comercialização é grande, num único sábado, uma livraria, aqui em Beltrão, vendeu cinco mil figurinhas. Com isso, a troca vem estabelecendo um novo mercado, das figurinhas raras. Uma figurinha do Neymar está sendo oferecida por R$ 9 mil, será que alguém pagaria isso hoje?

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