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Francisco Beltrão
sexta-feira, 30 de maio de 2025

Edição 8.215

30/05/2025

Alta produção de trigo se reflete em queda no preço de farinhas e pão

Lavoura de trigo na região de Rio Elias, em Renascença. Foto: Arquivo/JdeB.

AEN/Seab/JdeB – O período de colheita do trigo safra 2021/22, que está praticamente encerrado no Paraná, aliado a uma produção recorde brasileira, tem provocado redução, mesmo que pequena, nos preços das farinhas especiais e do pão francês no Estado.

Pesquisas do Deral apontam que, neste mês, tanto no atacado quanto no varejo, o recuo foi de 1%. O assunto é detalhado no Boletim de Conjuntura Agropecuária, referente ao período de 23 de dezembro de 2022 a 5 de janeiro de 2023.

Essa redução se contrapõe ao desempenho verificado em 2022, quando a farinha especial acumulou alta de 28% no atacado, chegando a R$ 93,61 a saca de 25 quilos, e o pão francês aumentou 15%, atingindo R$ 11,46 o quilo. O reajuste teve como causa principal a alta nos preços internacionais, decorrente da guerra Rússia x Ucrânia.

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O produtor paranaense, por sua vez, recebeu, em média, R$ 93,73 pela saca de trigo em dezembro. O valor é 5% inferior ao registrado em novembro (R$ 98,61), mas 6% superior ao de dezembro de 2021 (R$ 88,17). A produção brasileira de trigo está estimada em 9,5 milhões de toneladas, abaixo do consumo interno projetado em 12,3 milhões de toneladas pela Conab. O Paraná deve produzir 3,38 milhões de toneladas, volume 15% inferior ao potencial projetado. Foram plantados 1,19 milhão de hectares.

Clima afetou a produção regional

Na região de Francisco Beltrão-Dois Vizinhos foram plantados 129.650 hectares — na safra anterior o cultivo chegou a 117.500. A previsão inicial era de uma produtividade de 3 mil a 3,2 mil quilos por hectare. Ao longo do período, entre maio e novembro, houve problemas climáticos – geadas, chuvas em excesso e estiagem no final do ciclo. Por isso, a produtividade média chegou a 2.780 kg/ha.

Antoninho Fontanella, técnico do Deral/Seab, lembra que nos últimos anos, devido aos problemas climáticos no período de cultivo, a média de produtividade tem ficado em 2.500 kg/ha. A produção total chegou a 360 mil toneladas. 

José Rosa, assessor comercial da Coagro, que tem atuação na Fronteira, diz que os problemas climáticos afetaram a produção de trigo. Ele estima que 70% da produção colhida na Fronteira teve qualidade baixa devido à estiagem e às chuvas em excesso. Assim, os preços ao produtor ficam aquém em relação aos valores normais do mercado. Também há menos compradores produtores.

O assessor comercial lembra que as lavouras estavam muito bonitas no começo, mas depois ocorreram o excesso de chuvas e a estiagem que prejudicaram as plantas. A Coagro tinha estimativa inicial de receber até 800 mil sacas, mas diante dos problemas foi reduzindo para 700 mil, 600 mil e, o efetivamente comprado, chegou a 500 mil sacas. E a qualidade do cereal é inferior.

O trigo com qualidade intermediária ainda pode ser usado para fabricar bolachas e biscoitos. Mas para uso como farinha é preciso de uma qualidade melhor.

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