Em 11 meses, Pato Branco teve 70 atropelamentos e Francisco Beltrão, 58.
Por Niomar Pereira – Atropelamento é um tipo de acidente de trânsito que ocorre por puro descuido, tanto do pedestre ou ciclista, como do condutor do veículo. No ano passado, de fevereiro a dezembro, ocorreram 270 atropelamentos na região, que foram atendidos pelo Samu.
Em primeiro lugar, estão os atropelamentos que envolvem automóveis e pedestres com 197 casos (73%), depois motos e pedestres com 35 casos, e em terceiro lugar os ciclistas, com 22 acidentes. Em 11 meses, Pato Branco teve 70 atropelamentos e Francisco Beltrão 58.
A coordenadora do setor de Educação para o Trânsito do Debetran, Carla Rota, diz que o órgão tem feito campanhas para orientar tanto os pedestres como ciclistas e condutores de veículos. “No que compete exclusivamente a campanhas desenvolvidas pra pedestres, fizemos uma campanha que foi a abordagem na região central, a crianças e adultos, objetivando a correta travessia da faixa, buscando esse cuidado realmente de ver e ser visto.”
Carla diz que há um trabalho muito forte envolvendo o pedestre no trânsito, reforçando a necessidade de fazer a travessia correta das vias públicas. “A ideia é mostrar a todos os usuários do trânsito os direitos e deveres de cada um deles, pra que realmente a gente consiga ter um trânsito cada vez mais humanizado.” A representante do Debetran salienta que é importante ter empatia no trânsito, sempre se colocando no lugar do outro. “O trânsito é um espaço de uso compartilhado e esse uso compartilhado deve ser um uso responsável, onde o respeito e a empatia devem sempre prevalecer.”

O policial militar Leonardo Stocco, do Pelotão de Trânsito do 21º BPM, diz que durante a fiscalização percebe que muitos usuários, tanto pedestres como motoristas, circulam de forma distraída pelas vias públicas, principalmente em virtude do aparelho celular. “As pessoas caminham de cabeça baixa e os motoristas olhando para o volante e ninguém cuida a pista.” Um outro fator de preocupação é o fone de ouvido, muitas pessoas saem para caminhar e correr pelas ruas utilizando o fone de ouvido. A música distrai, o som abafa o barulho do trânsito e deixa a pessoa descuidada com o seu entorno.
Stocco salienta que no centro os motoristas respeitam mais a faixa de pedestres, mas o mesmo não ocorre nos bairros. “Nos bairros é praticamente uma loteria atravessar na faixa. O interessante sempre é o pedestre fazer contato visual com o motorista, certificar-se que um está olhando pro outro e só então iniciar a travessia da rua.” Ele ressalta que a faixa de pedestre pede preferência, mas não é garantia de não ser atropelado. “No trânsito o menor é sempre o mais prejudicado.”