Kinkas Silva dirige o sub-16 mantido pela Secretaria de Esportes. Time já representou o União no Paranaense e passou pelas fases regional e macro dos jogos do Estado.
Juliam Nazaré – A base sub-16 do futebol beltronense está entre as oito melhores do Estado. E a partir desta quinta-feira, 10, tenta o título do Bom de Bola. A equipe comandada pelo professor Antonio Jacir Gonçalves da Silva, o Kinkas, já passou pela fase regional e macro, em Verê e Palotina, respectivamente. Na primeira, foi campeã com vitória sobre Pato Branco na decisão. Na segunda, ficou com o vice, atrás de Foz do Iguaçu.
A estreia será às 14h de amanhã, contra o time da casa. Sexta-feira, 11, às 8h, mede forças com Maringá e volta a campo no sábado, 12, contra Apucarana, em jogo ainda sem horário definido. Beltrão está no Grupo A e para se classificar à semifinal precisa terminar entre os dois melhores colocados.
Grupo A
Goioerê
Maringá
Apucarana
Francisco Beltrão
Grupo B
Foz do Iguaçu
Cornélio Procópio
São José dos Pinhais
Umuarama
1ª fase
Quinta-feira – 10/11
Francisco Beltrão x Goioerê – 15h
Sexta-feira – 11/11
Francisco Beltrão x Maringá – 8h
Sábado – 12/11
Francisco Beltrão x Apucarana – horário a definir
Time de apostas e treinador cozinheiro
O grupo de Francisco Beltrão tem 25 atletas da geração 2005/2006. A maioria são pratas da casa. Nove vieram “de fora” e estão hospedados numa casa alugada. A Prefeitura banca a alimentação dos garotos. Ao treinador cabe, além da função de treinador, a responsabilidade de dar o suporte necessário à garotada. Por exemplo, nas últimas semanas eles estão sem cozinheira. Quem vem fazendo as vezes de “chef” é o Quincas.
Aos 67 anos, ele já poderia ter se aposentado há dois, mas nem pensa em parar. “É a minha vida.” Kinkas é pai de Thierry (preparador-físico do Dois Vizinhos Futsal), Thales, Thirson e Thamara – casada com Marcelo Régis.
O centro-avante Hiago, de 16 anos, artilheiro do time, conta que, se preciso, o professor empresta até o carro, em caso de necessidade. “Só não é verdade que ele lava nossa roupa (risos). Sou de Curitiba e tô desde abril aqui. É a minha primeira oportunidade no futebol. A gente sente falta da família, mas é preciso passar por isso pra realizar um sonho. O professor é como um pai, faz o possível por nós.”
Natural de Ibiporã, Norte do Paraná, o lateral-direito Wesley, 17, veio para Beltrão em março. Ele também vive a primeira experiência na busca por ser jogador profissional. “Tô muito contente. O Kinkas me deu essa oportunidade e estou evoluindo muito.”
Entre outros destaques do elenco, também estão o atacante Bilé e o zagueiro beltronense Gustavo.
Kinkas do Colorado, do Pinheiros…
Antes de ser treinador, Kinkas atuou como atacante. Nascido em Campos Novos (SC), ele se destacou com as camisas de Colorado e Pinheiros na década de 1970. Em 1981, ele foi procurado por Célio Bonetti para integrar o elenco do União na Segundona. “Eu até então só havia jogado na Primeira Divisão.”
Kinkas topou o desafio e ficou no Anilado até o fim da carreira, dois anos depois. Mas não deixou Beltrão. A amizade com o então dirigente e futuro prefeito e deputado Nelson Meurer lhe garantiu a permanência na cidade. Depois trabalhou em diversas funções, como vendedor de carros, e até teve um negócio próprio. Em 1993, começou a trabalhar nas categorias de base, na Secretaria de Esportes.
“Já passaram pelas minhas mãos Jonatas Belusso, Marcelo Régis, o zagueiro Neto e, mais recentemente, o Alemão, que estava no Operário”, conta.
A lista com nomes que vingaram no futebol é a motivação para os meninos que abrem mão de uma vida mais confortável para tentar realizar um sonho. Caso do volante Nicolas Vargas, 17. Ele já passou por Athletico, Andraus e Santos, e desde 2021 está sendo comandado por Kinkas.
Garotos podem ser aproveitados pelo União
Aliás, boa parte do time que hoje viaja para Goioerê já vestiram a camisa do União. Numa parceria entre clube e Prefeitura, eles disputaram o Paranaense Sub-17. “Perdemos sete jogadores porque se destacaram e aí alguns times levaram, como Aimoré (RS), São Bento (SP), Concórdia (SC), e Presidente Prudente (SP).”
O ex-jogador Marcos Paraná é o auxiliar-técnico, cotado para integrar a comissão-técnica do Azulão na Segundona de 2023. Caso isso se concretize, a expectativa é que alguns nomes do sub-16 sejam aproveitados na competição.
Beltrão tem tradição
O comandante está confiante para um bom desempenho. Ele acredita na tradição beltronense nos jogos oficiais. “Ficamos 20 anos na Série A dos Jogos da Juventude. Fomos campeões, inclusive. Agora virou Bom de Bola e seguimos na elite. Têm cinco ou seis bases de clubes disputando neste ano, mas o meu time é forte, dá pra chegar na semifinal.”
