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Francisco Beltrão
quinta-feira, 29 de maio de 2025

Edição 8.214

29/05/2025

Capa Verê completa 25 anos de apoio à agroecologia

A partir da vinda do Centro de Apoio e Promoção da Agroecologia (Capa), famílias passaram a se organizar em grupos.

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Intercâmbios de experiências motivam a juventude.

Verê se destaca na produção agroecológica. Muito deste resultado se deve à atuação do Capa (Centro de Apoio e Promoção da Agroecologia) que, dia 13 de outubro, completou 25 anos desde que foi fundada no município e atualmente atende 14 municípios do Sudoeste do Paraná, num total de mais de 350 famílias, segundo informações repassadas por Talita Slota Kutz, agrônoma e coordenadora da FLD/Capa Verê, que fez todo o levantamento histórico sobre os 25 anos de atuação em Verê e também o histórico da instituição no Brasil.

Origem do Capa

O Centro de Apoio e Promoção da Agroecologia (Capa) é uma organização da sociedade civil, vinculada à Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, com atuação nos três estados do Sul do Brasil – Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Criado em 1978, iniciou suas atividades em 15 de junho de 1979, na cidade de Santa Rosa (RS), com o nome de Centro de Aconselhamento ao Pequeno Agricultor. O Capa nasceu no momento em que agricultoras e agricultores familiares eram expulsas e expulsos do campo, pelo modelo de desenvolvimento chamado “Revolução Verde” – um pacote de modernização baseada na produção agrícola em grande escala, no uso intensivo de agrotóxicos e na mecanização, rompendo com a lógica da agricultura familiar. Já ali, a proposta do Capa se fundamentava na disseminação de práticas econômicas e ecologicamente sustentáveis, entre famílias produtoras rurais, oferecendo alternativas para a permanência no campo.

Com o objetivo de atuação na Região Sudoeste do Paraná, em 13 de outubro de 1997, surge o Capa – Núcleo Verê -, o qual, a partir de 2018, passou a integrar junto com os demais cinco núcleos, a Fundação Luterana de Diaconia – FLD, constituindo-se como filial.

Nova loja da Cooperverda, mantendo a qualidade.

Atualmente, a FLD/Capa Verê atua em 14 municípios do Sudoeste do Paraná com mais de 350 famílias, assessorando e apoiando associações, cooperativas, agroindústrias, grupos de agricultores familiares, mulheres, jovens, assentadas e assentados, acampadas e acampados da Reforma Agrária, comunidades indígenas, escolas do campo e espaços de comercialização como feiras. Além do trabalho técnico em prol da Agroecologia, da produção de alimentos orgânicos, geração de renda, segurança alimentar, entre outros, a FLD/Capa Verê é membro atuante de diversos espaços, comitês, conselhos, como a Comissão de Produção Orgânica do Estado do Paraná – CPOrg e Conselhos de Segurança e Soberania Alimentar. Tem construído também a parceria com universidades no âmbito da pesquisa e formações para transferência de tecnologias para as famílias assessoradas.

No município do Verê, a partir da vinda do Centro de Apoio e Promoção da Agroecologia, famílias passaram a se organizar em grupos, posteriormente em associações e a partir de 2015 se tornam cooperativas, como a Apav (Associação de Produtores Agroecológicos de Verê) que hoje é a Coopervereda e a Aprovive (Associação dos Vitivinicultores de Verê) que hoje é a Coopervive.

Oficinas de mulheres, prioridade na capacitação.

“Hoje o município é modelo de produção orgânica, recebe visitas de famílias agricultoras, grupos de mulheres, jovens, consumidoras, pesquisadores de outros municípios e até de outros estados. Atualmente, a FLD/Capa Verê assessora, com o apoio da Prefeitura Municipal de Verê, em torno de 60 a 70 famílias na produção, comercialização, agroindustrialização de frutas, verduras, produção animal como o frango, leite e ovos, além da homeopatia e o apoio à certificação participativa da Rede Ecovida de Agroecologia”, afirmou Talita Slota Kutz, coordenadora da FLD/Capa Verê.

Para a engenheira agrônoma, “diversos são os desafios para a continuidade dos trabalhos, como a permanência da juventude no campo, o protagonismo das mulheres, a geração de renda, a busca por novos canais de comercialização e conscientização do público consumidor. Além, das consequências das mudanças climáticas, como as secas por exemplo, que atingem cada vez mais as produções de alimentos”.

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