
Por Leandro Czerniaski – Cinco anos atrás, quando a Fiep (Federação das Indústrias do Estado do Paraná) encampou a proposta de criar um plano de logística de transportes com base nas principais necessidades de cada região, uma das principais demandas do Sudoeste era estar integrado à malha aérea. Nenhuma cidade da região tinha voos regulares e experiências de linhas que não se sustentaram afugentavam companhias aéreas, isolando ainda mais o Sudoeste.
A realidade, hoje, é bem diferente: Pato Branco modernizou seu aeroporto e atraiu uma linha área da Azul, operada com ATR-72; já Beltrão conseguiu inicialmente ter voos regulares da Gol/TwoFlex, com Cessna Grand Caravan, atualmente operados pela Azul Conecta. Somando as duas cidades, são nove opções de voos por semana (seis em Pato e três em Beltrão) até Curitiba e, consequentemente, outros destinos nacionais e do exterior.
O incentivo do Estado com isenções na compra do combustível de aviação para cada nova rota aberta no interior é visto como o principal fator que contribuiu para o Paraná ter, atualmente, a maior malha aérea do País. Essa é a avaliação do gerente de Assuntos Estratégicos da Fiep, João Arthur Mohr, que esteve nesta semana em Francisco Beltrão para atualizar o PELT (Plano Estadual de Logística de Transportes), documento que acolhe demandas das regiões e cria propostas para os candidatos aos governos estadual e federal.
“Aqui, no Sudoeste, pudemos perceber nitidamente que a questão da integração à malha aeroviária, que era um dos principais pontos em 2016, está bem encaminhada. Mas outras questões agora tomam os debates, como o pedágio em parte do Corredor Sudoeste, melhorias em outros trechos e o ramal da Nova Ferroeste, ligando Cascavel a Chapecó.”
Cerca de um quarto das propostas do PELT foram executadas e mais da metade está em fase de planejamento.
Estradas e ferrovia
No encontro realizado na Acefb e que reuniu representnates de diversas entidades, um dos pontos elencados é a necessidade de também melhorar o trecho a partir de Pato Branco, em direção a Curitiba. Um novo lote de pedágio é estudado para estas rodovias, mas num modelo diferente do que está sendo proposto para o restante do Estado, com menos obras para poder baratear a tarifa.
Também se falou na necessidade de melhorar a ligação entre Beltrão e Dois Vizinhos, a finalização urgente das obras de duplicação da BR 163 (próximo a Realeza) e de acompanhar o processo de concessão do Lote 6 do pedágio, que engloba a PR 280. Uma das sugestões que a Fiep já está articulando é a redução de tributos que incidem sobre as concessionárias de pedágio visando baixar a tarifa e que parte desses impostos sejam revertidos para melhorias em estradas que não estão sob concessão.
Sobre a ferrovia, João detalhou o processo de cessão e investimentos, que será totalmente privado, e a possibilidade de a região atrair interesse para a construção do “braço” já projetado e contemplado no proposta do Estado. Ele frisou que a ferrovia não extingue o trabalho de caminhoneiros, mas que vai encurtar boa parte das viagens: as cargas sairão das propriedades ou indústrias e vão até o terminal da região e não mais até os portos, por exemplo.