Em 1988, uma ação da Prefeitura em parceria com a CDL promoveu uma reurbanização na Avenida Júlio Assis Cavalheiro.

“Sim, foram realizadas várias obras, entre elas a adequação dos passeios, a retirada de algumas árvores, que prejudicavam a circulação e a mobilidade dos pedestres, e escondiam as fachadas das empresas comerciais. Com essas melhorias, as vitrines das lojas foram se modernizando, dando um novo visual ao nosso Centro e, consequentemente, atraindo consumidores de outras cidades”, diz Fernando Frank, sócio-proprietário das lojas Mania de Calçar e Casa dos Calçados, ambas no Centro de Francisco Beltrão.
Fernando também destaca a chegada das universidades (Unipar, os novos cursos da Unioeste, UTFPR) como importantes para esse momento de salto de qualidade.
“Nos tornamos um pólo regional do comércio lojista. Entendo que a participação e a atuação da CDL em nossa cidade foi e é muito importante, com o foco principal no comércio lojista, e com as ações sociais, campanhas anuais de vendas. Tudo isso ajuda muito a divulgar nossa cidade, e assim, automaticamente, vem o surgimento de novas empresas que aqui se sentem atraídas para seus investimentos em nossa cidade.”
Para Euclécio Goldoni, Kecho, proprietário da rede de lojas Calcebel e distribuidora de calçados, o crescimento do comércio de Beltrão é uma constante, principalmente a partir da chegada do Frigorífico Chapecó, em 1983, promovendo o desenvolvimento em várias áreas da economia.
Kecho observa em especial o comércio dos seus pais, seu Hilário Goldoni e dona Maria Goldoni, que atuam no setor desde os anos 60.
“Estão lá, na Vila Nova, com a loja, trabalhando todo dia, com seus 85 anos de vida”, diz, orgulhoso.
Empresários se uniram nas entidades
Max Pedron, da loja de roupas Roberto Magazine e da rede O Boticário, em Beltrão, vê a participação dos empresários como decisiva para um novo patamar do comércio local.
“Acho que foi quando os empresários do comércio começaram a participar das entidades, pois puderam melhor se qualificar, utilizar seus serviços e participar das promoções de forma coletiva.”
Max lembra da CDL, entidade que presidiu por vários mandatos.
“O maior legado da CDL foi fomentar, junto a seus associados, a importância da profissão de comerciante, sempre incentivando o empresário a investir em seu negócio. A CDL teve também um papel importantíssimo na criação da Cooperativa de Crédito dos empresários, a Sicoob Vale Sul, que propiciou aos comerciantes terem acesso a linhas de crédito a custos menores de forma facilitada.”
O crescimento da cidade e a modernização das lojas é algo interessante. Em Beltrão, o consumidor encontra desde uma loja de parafusos ou acessórios para ar-condicionado ou chuveiros, a lojas que vendem de produtos simples a sofisticados, seja vestuário ou calçado.
Na gastronomia, Beltrão também é destaque, possui uma grande variedade de restaurantes, churrascarias e pizzarias que atraem pessoas da região.
Nos anos 60 também havia expansão
Fernando Frank relembra a história de seus pais e sua relação com a atividade do comércio. “Meus pais, Pedro Gaspar Frank e Juraci Soares Frank, chegaram vindos de Canoinhas, Santa Catarina, em 1961, atraídos pela perspectiva de que essa região estava em plena expansão. Meu pai era sapateiro de profissão, e tinha uma fábrica pequena de sapatos e botas, produção artesanal, mas de muita qualidade. Para aumentar a nossa renda familiar, conseguiu um emprego na Nodari [revenda de veículos Ford] e também na Disovel [revenda Volkswagen] e na Bevel [revenda Fiat], mas sempre atuando na pequena fábrica de sapatos e botas. Tinha um funcionário que realizava os acabamentos da produção e meu pai fazia o corte e a modelagem dos produtos, nas horas vagas. E minha mãe fazia a parte comercial. Em 1980, surgiu a oportunidade de adquirir uma loja especializada em calçados, que era de propriedade de minha tia, irmã de meu pai, a Inês Frank Lauer, a Casa dos Calçados, empresa já tradicional em nossa região. Daí continuamos até hoje, e em 1995 abrimos a segunda loja, a Mania de Calçar. Nesse sentido, a minha participação em relação ao comércio lojista posso dizer que foi toda a minha vida, convivendo com esse segmento com muita dedicação e gratidão, procurando sempre fazer o melhor e conseguir dar o melhor a todos nossos clientes.”