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Francisco Beltrão
terça-feira, 27 de maio de 2025

Edição 8.213

28/05/2025

Curso estimula produtores rurais ao manejo natural de pragas

O curso aconteceu produtores de Dois Vizinhos. Foto: Assessoria.

JdeB – Entre quinta e sexta-feira, dias 25 e 26, foi realizado um curso (teórico e prático) de Manejo Integrado de Pragas (MIP) na cultura de soja. A formação foi oferecida pelo Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR), em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e Sindicato Rural de Dois Vizinhos. Participaram 16 agricultores.

“Na última safra, tivemos grande frustração por conta da estiagem e os produtores começaram a refletir um pouco mais sobre a atuação deles com a sua lavoura. Esse curso vem para desmistificar alguns mitos, entre os quais, que a agricultura só se faz com veneno, com agrotóxico. Isso não é verdade. Temos que utilizar também as ferramentas que a natureza oferece. Conhecer os insetos, as pragas, os inimigos naturais, e, com isso, conseguimos trabalhar a lavoura de forma mais eficiente, sustentável, do ponto de vista ambiental e econômico. Essa sustentabilidade que o IDR, o Senar, e as instituições vêm trabalhando, é pensada para que não haja um desperdício, excesso de agrotóxico no meio ambiente, o que aumenta, inclusive, os custos do produtor”, disse Vinicius Deotan Coletti, agrônomo do IDR.

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Ele destacou os resultados já obtidos com esta prática. “Estamos acompanhando lavouras em todo o Paraná fazendo o MIP e, nesse período, todas as propriedades monitoradas tiveram redução de, no mínimo, 50% na aplicação de inseticidas. Enfatizamos que, só monitorando, o produtor vai te dar 50% a menos na aplicação de inseticidas. Com o conhecimento, oferecemos ferramentas para o agricultor auxiliar tomada de decisão para fazer o tratamento da sua cultura.”

O instrutor Leandro Alegransi falou sobre as disciplinas que serão tratadas. “A gente procura falar sobre a importância do MIP, como funciona e os agentes que ajudam o produtor na lavoura. A gente procura preservar os inimigos naturais das pragas que, no nosso ponto de vista, são amigos e esses organismos trabalham para os produtores, 24 horas por dia, durante todo o ciclo da soja. Nossa função, com o curso, é propiciar esse acontecimento na lavoura do produtor e ele vai vivenciar isso durante o curso. Os resultados são positivos, temos a teoria e, semanalmente, colocamos em prática o trabalho e o produtor consegue ver esses ganhos semana a semana.”

Exemplo

Ele destacou uma lavoura em Bom Sucesso do Sul, no ano passado, que fez o monitoramento e conseguiu melhorar os lucros utilizando menos agrotóxico.
“Estávamos fazendo o monitoramento num talhão razoável, pedimos cerca de cinco hectares apenas para que, inicialmente, o produtor visse o resultado. Durante o curso, ele foi vendo que deu certo e foi aumentando, chegando a 28 hectares para a área total. Eu sempre digo que, quanto maior a área, o produtor mais economiza. Ele economizou uns R$ 40 mil por ter uma área grande.”

Leandro ressaltou ainda que algumas aplicações de inseticidas são exageradas.
“A primeira entrada de inseticida, em toda a lavoura, geralmente é focada para vaquinhas, insetos devoradores, pequenos besouros que desfolham e, geralmente, essas entradas não são necessárias. O produtor, às vezes, inseguro, faz essa aplicação e esse é o primeiro ganho no nosso curso. Até hoje nunca foi preciso, nos talhões do MIP, fazer a entrada para a vaquinha porque a soja tem grande margem de tolerância, ela é muito plástica, responde, ela toma pancada de um lado e do outro e volta. Ela responde muito bem aos ataques e às desfolhas, até certo ponto. Por isso, trabalhamos com níveis de controle. Não deixamos largada, monitoramos semanalmente e com o manejo economizamos inseticidas que eram colocados por insegurança.”

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