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Francisco Beltrão
sábado, 31 de maio de 2025

Edição 8.216

31/05/2025

De Salgado Filho para a Bulgária, Bia Krause fala sobre desafios culturais

Estudante de Administração Internacional da PUC de Curitiba, ela está na cidade de Varna há pouco mais de um mês, e vai ficar um ano.

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Bia no avião, indo de Istambul (Turquia) até Varna, na Bulgária.

JdeB – Quando completar 21 anos, em maio de 2023, Beatriz Maria Krause de Ramos, de Salgado Filho, comemorará seu primeiro aniversário em solo internacional: na Bulgária!
Filha única de Vanda Krause de Ramos e Luís Armando de Ramos (em memória), Bia estuda Administração Internacional, curso que começou na PUC de Curitiba em junho de 2019, e que possibilita esse intercâmbio de um ano em terra estrangeira.

Desde quando estudava no Colégio Sesi, Bia tinha essa sensação de que seria “do mundo”, iria atrás de oportunidades para seu crescimento intelectual e profissional além-fronteiras. E sempre teve o incentivo dos pais, em especial da mãe, a professora de História Vanda — que quando foi contatada pelo JdeB revelou que na sala da sua casa, em Salgado Filho, tem dois relógios de parede: um para o horário normal, o nosso, e outro seis horas adiantado, porque é o horário da Bulgária.

Bia entrou no curso certo. “Sempre tive interesse nessa área de negócios, contabilidade, gestão de pessoas, marketing.”

Ela conversou com a reportagem através do WhatsApp. Aos 20 anos, e desde setembro morando em Varna (terceira maior cidade da Bulgária, com mais de 300 mil habitantes), ela está curtindo, estudando e batendo muitas fotos — aeroporto, cidade, praia do Mar Negro, museus…

Como é a comunicação

E fazendo amizades. “Na cidade universitária tem aluno de toda parte.” Sua colega de quarto, por exemplo, é da Índia.

E para se comunicar, Bia? Inglês. “Com o inglês dá para se virar no dia a dia e também nas aulas, já que todas as matérias são apresentadas nessa língua.”

Mas ela fala Português também, com as amigas de países que falam a língua pátria, como Portugal, Angola e Moçambique. E com a amiga mexicana, fala espanhol.

“A língua não tem sido um problema, eu tenho me virado bem; o inglês, acho que 90% das pessoas que eu converso falam inglês.”

Bia fazendo sua selfie num navio de guerra do passado, aberto à visitação pública. Foto: Arquivo pessoal.

Tem vinho?

E a comida? “Sinto falta de carne vermelha, de comer copa, salame”, fala, rindo. Ela já percebeu que a carne de gado é bem cara e o cotidiano búlgaro tem bastante carne de porco e de frango. E de carneiro. E tem também uma comida típica que é uma espécie de massa folhada recheada com queijo — e que a Bia já virou a fã número um!

Ela está feliz com seu cartão multimoeda, que não a deixa em aperto. Mas muitos locais da cidade só operam com dinheiro local — o Lev.

“Em Curitiba era tudo cartão, pix, tudo na tecnologia, aqui tem que ter também o dinheiro em mãos”, comenta, com bom humor, como se retrocedesse no tempo das transações comerciais exclusivamente com cédulas.

E como a modernidade existe para facilitar a vida das pessoas, quando ela se depara com um cardápio búlgaro, basta fotografar que o aplicativo do celular traduz a coisa toda.

Brasil sendo reconhecido: Dilma Rousseff e Neymar

Em mais de 30 dias no país do pai da ex-presidente Dilma Rousseff, ela já aprendeu da língua nativa “sim”, “não,”, “tudo bem, ok” e “batata”. E “vinho”, claro, porque essa bebida traz à lembrança sua terra natal, a tradicional festa do vinho e do queijo de Salgado Filho. E ela já bebeu e gostou do vinho búlgaro.

Falando em Dilma, Bia já encontrou “duas ou três pessoas” que relacionaram ela com o Brasil de Dilma. O pai da petista, Pedro Rousseff, é búlgaro.

Ela, em 2011, no primeiro ano da sua gestão como presidente, visitou a Bulgária e a cidade de Gabrovo, onde nasceu Pedro (que emigrou para o Brasil em 1929; Dilma nasceu em 1947).

E alguém comentou sobre Stoichkov, o craque da seleção búlgara de 1994 (quarta colocada no Mundial dos EUA)? “Não”, respondeu Bia. “Mas já me falaram do Neymar, quando eu disse que era brasileira.”

Refugiados

A Bulgária fica perto da Ucrânia. Entre os dois países, a Romênia e a Moldávia. Bia disse que, nas aulas, os professores fazem alusão à guerra.

“Mas mais no sentido de contextualização, sem escolher um lado do conflito para opinar.”
Ela conheceu estudantes ucranianos e russos. E sabe também que a cidade universitária cedeu dormitório para acolher refugiados ucranianos.

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