
AEN – O Governo do Estado apresentou ontem os primeiros detalhes da operação de resgate no deslizamento de terra que provocou o fechamento da BR-376, em Guaratuba. Estão no local 54 bombeiros, três cães farejadores e equipes da Defesa Civil, além de engenheiros da Arteris Litoral Sul e equipes da Polícia Militar e Polícia Rodoviária Federal. Até ontem à tarde seis pessoas tinham sido resgatadas com vida e duas em óbito.
A estimativa é que seis carretas e de 10 a 15 veículos tenham sido soterrados pela lama, que atingiu um trecho de cerca de 200 metros nos dois lados da pista. O local é de difícil acesso e as chuvas que ainda caem na Serra do Mar prejudicam os trabalhos de avaliação dos danos.
Um gabinete de crise foi criado para agilizar os atendimentos às vítimas e concentrar as tomadas de decisões das equipes estaduais.O gabinete, coordenado pelas Secretarias de Estado da Segurança Pública e da Infraestrutura e Logística, vai atender também os deslizamentos ocorridos nas demais rodovias do Estado em consequência do alto volume de chuvas no Paraná. Nesse momento, as três principais rodovias que conectam a Capital ao Litoral estão com interdição total (BR-276 e Graciosa) ou parcial (BR-277).
Evitar uso da rodovia
O secretário estadual da Segurança Pública, Wagner Mesquita, pediu para que a população não se desloque até o Litoral porque ainda há risco de novos deslizamentos. O gabinete de crise vai divulgar boletins diários com atualizações sobre a tragédia, mantendo a população informada sobre a situação.
“As instituições operacionais atuaram desde o primeiro momento e passaram a madrugada fazendo o possível para atender essa situação”, afirmou Mesquita. “Vamos trabalhar de forma ininterrupta, inclusive na divulgação de informações atualizadas para a população. Mas precisamos lembrar que esse é um trabalho de longo prazo”.
O comandante do Corpo de Bombeiros do Paraná, coronel Manoel Vasco, explicou que a corporação está trabalhando com um número cauteloso de bombeiros por conta da situação crítica no local. Equipes de Guaratuba estão atendendo na parte Sul da rodovia e as de Curitiba na área Norte.
O Grupo de Operações de Socorro Tático (Gost) dos Bombeiros também foi deslocado ao local com cães farejadores para fazer a busca das vítimas. Algumas máquinas estão atuando na retirada de terra e de entulhos, e aeronaves também foram deslocadas, mas ainda não conseguiram operar por causa das condições climáticas. “Encontram-se agora, no local, 54 bombeiros e três cães farejadores do Gost, mas conforme evolua as condições de segurança, vamos aumentar a equipe de resgate, chegando a mais de 100 bombeiros. Todo o trabalho tem que ser feito com muita cautela para que não haja mais vítimas”, afirmou Vasco.
Além de prestar apoio às equipes locais, a Defesa Civil Estadual está acompanhando e monitorando a situação desde o início. Geógrafos e engenheiros do órgão estão fazendo a avaliação da área para liberar com segurança as equipes para iniciar os resgates.
“Por conta do excesso de chuvas, uma grande massa de terra causou esse grave deslizamento, e ainda há risco de novos desmoronamentos no local”, explicou o coordenador estadual da Defesa Civil, coronel Fernando Schunig. “Vamos trabalhar intensamente para que esse trecho volte a receber toda a segurança necessária”.
A Polícia Rodoviária Federal divulgou uma nota ontem informando que não há previsão para liberação do trecho entre Santa Catarina e Curitiba pelos próximos dias. Pois o deslizamento foi grande e demandará muitos dias de trabalho.
Caminhoneiro de Beltrão precisou buscar rotas alternativas para chegar ao porto

JdeB – O motorista Lindomar Czerniaski, que trabalha com o transporte de carne de frango dos frigoríficos da região até os portos do Paraná e Santa Catarina, teve que buscar caminhos alternativos para completar a viagem. Estava em União da Vitória quando soube da interdição na Serra da Francisca (SC-418), então optou por “desviar” pela BR-116 até chegar à BR-470 e seguir à Leste até Navegantes.
Essa rota aumenta a viagem em pouco mais de 150 km, mas como o trânsito na região estava carregado, o tempo de estrada foi bem maior. “Tem interdições e bloqueios na rodovia que vai a São Paulo, na descida da 277 para o litoral, na 376 [onde houve a maior queda de encosta], na Serra da Francisca, Serra do Corupá em Jaraguá do Sul… então as rodovias que não tiveram problemas estão recebendo mais fluxo de caminhão, causando filas e lentidão”, relatou. A previsão era chegar ainda ontem à noite ao porto. Ele recomenda que outros motoristas que precisem ir do Sudoeste até o litoral catarinense optem pelo trevo do Horizonte (Palmas) até Caçador, depois Santa Cecília e então seguir pela BR-470.